quinta-feira, 26 de abril de 2012

Jair de Araújo Costa



Ou simplesmente, Jair do Cavaquinho!  Era Compositor, cantor e instrumentista.

Nascido e criado no subúrbio de Madureira, desde criança freqüentava a Escola de Samba Portela, chegando a ser o seu primeiro mascote e sócio número 1 da escola.

Aos sete anos participava dos ensaios da escola, levado pela mãe, ou pelas irmãs mais velhas, que saíam na Ala das Baianas.

Aprendeu a tocar em um instrumento fabricado por ele mesmo, enfileirando quatro cordas de arame em um pedaço de pau. Quando a mãe pedia para comprar pão, Jair esquecia-se de voltar e ficava observando os mais velhos tocando na antiga quadra da Portela.

Jogador de futebol, chegou a ser reserva de Jair da Rosa, na época famoso jogador do Madureira Atlético Clube.  Paulinho da Viola refere-se a ele como um dos melhores cozinheiros e um exímio sapateador, de espírito dos mais irreverentes.

Trabalhou como contínuo na Secretaria de Viação e Obras, tendo como chefe o avô de Marisa Monte. Uma de suas paixões é a Escola Portela, da qual faz parte da Velha-Guarda, criada em 1970 por Paulinho da Viola. Durante algum tempo ficou conhecido como Jair do Tamborim, por tocar o instrumento na bateria da escola. Quando começou a compor com o cavaquinho, seu nome ficou relacionado a este instrumento.

Jacob do Bandolim o considerava "a maior paleta de cavaco no samba, melhor centrista".

Nelson Cavaquinho, além de parceiro, no sucesso "Vou partir" criado por Elizeth Cardoso no LP "Elizeth sobe o morro", era também um grande amigo, e dele disse certa vez: "O Nelson chegava e pedia pra eu fazer a 2º parte do samba, o casamento de muitas dessas letras e músicas resultou em nossos peitos aliviados, na volta por cima. No fundo todos ganhamos o orvalho e a madrugada de presente".

Em 2005 participou do documentário "Da terra", de Janaína Diniz Guerra, trabalho sobre o sapateado brasileiro que incluiu também o "miudinho" dança na qual Jair do Cavaquinho é considerado mestre desde a infância.

Obs:  Dicionário Cravo Albin

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Hildemar Diniz


Hildemar Diniz, ou simplesmente Monarco, é hoje um ícone em se tratando do verdadeiro Samba Brasileiro!

Correr com os pés descalços na terra dos laranjais e caçar passarinhos são algumas das melhores recordações do cantor e compositor Hildemar Diniz, o Monarco, dos tempos em que viveu em Nova Iguaçu.

O bamba portelense, hoje com 78 anos, nasceu em Cavalcante, bairro da Zona Norte do Rio, mas, aos 2 anos, foi morar em Nova Iguaçu, onde permaneceu até os 13.

— Eu tinha uns 6 anos quando ganhei do Noca (um amiguinho), o apelido de “Monaco”. Ele estava lendo uma revista em quadrinhos, quando pronunciou esse nome. Não lembro se a palavra era “Mônaco”, mas ele falou “monaco”. Eu comecei a rir. Então ele perguntou: “- Tá rindo de quê, seu Monaco?”. O “r” só veio depois, quando eu já morava em Oswaldo Cruz. Em casa, abreviaram para “Naco”.

— Eu devia ter 7 anos quando criei meu primeiro samba. Nessa época, eu andava com dois amigos, o Luiz e o Sabu, e me deu um negócio na cabeça de Liga da Defesa Nacional. Nem sabia o que era isso, mas aí eu fiz: “A Liga da Defesa Nacional vai contratar o crioulinho e o Sabu, para cantar lá no Rio Grande do Sul. Também vai contratar Monaco e Luiz, a garotada vai pedir bis — relembra.

Agora, Monarco quer completar essa melodia:

— Meu filho vai fazer os arranjos e vou gravá-lo, porque esse é que foi o início. Depois, fui morar em Oswaldo Cruz, onde me aperfeiçoei com os bambas da Portela — argumenta.

Saudade da infância na Baixada.

Nem sempre a vida de Monarco foi fácil. Apesar das boas recordações dos banhos nas cachoeiras e no rio da Posse, e do futebol no campo da Light, ele lembra que eram tempos difíceis:

— Minha mãe trabalhava em um barracão, lavando laranjas das 7h às 17h. Separada do meu pai, ela criou seis filhos. Para ajudar nas despesas, eu enchia um carrinho com mangas e ia vender na feira de Nova Iguaçu.

Temente a Deus, o sambista acredita que tudo tem um propósito. Ele diz que sua missão na Portela — e na vida — é a de manter o samba verdadeiro e puro. Ele reverencia o amigo Zeca Pagodinho:
— O Zeca podia gravar sozinho, mas divide o disco com os amigos e todo mundo ganha.

Morando no Riachuelo, na Zona Norte, ele sonha em comprar uma casa em Nova Iguaçu para passar os finais de semana e matar as saudades dos velhos amigos.

Isto é só um pouco deste maravilhoso Compositor Portelense!