quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Chatim (Portelenses de Outrora)



Chatim
Thompson José Ramos
*  6/8/1915 Rio de Janeiro, RJ 
+  10/5/1991 Rio de Janeiro, RJ


Biografia

Compositor. Cantor. Ritmista.  Integrou a Ala dos Compositores do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela e da Velha-Guarda da Portela.

Dados Artísticos

Inicialmente, tocava tamborim na quadra e nos desfiles da escola. Mais tarde, ingressou na Ala dos Compositores.

Em 1955, foi lançado o LP "A Vitoriosa Escola de Samba Portela", pela gravadora Sinter. Neste disco foi gravada uma composição de sua autoria: "Minha vontade".

Em 1978, no disco "De pé no chão", Beth Carvalho interpretou "Passarinho", de sua autoria.  

No ano de 1986, com produção de Katsonuri Tanaka, foi lançado somente para o mercado japonês o disco "Doce Recordação", da Velha Guarda da Portela, da qual fazia parte como ritmista e cantor. Neste LP, foram incluídas duas composições de sua autoria: "Mulher ingrata" e "Nega danada".  

No ano 2000, Marisa Monte produziu o CD "Tudo Azul", da Velha Guarda da Portela, que foi lançado pelo selo Phonomotor. Este disco teve a participação de vários artistas, entre eles Cristina Buarque, que regravou "Minha vontade". Neste mesmo ano, a gravadora Nikita Music relançou para o mercado brasileiro o CD "Doce recordação".  

Em 2004 Monarco e a Velha-Guarda da Portela, juntamente com Beth Carvalho, interpretaram "Passarinho", no DVD "Beth Carvalho - a madrinha do samba". 

Entre seus parceiros estão Jair do Cavaquinho e Ary da Guarda.

Obra  

Minha vontade
Mulher ingrata
Nega danada
Passarinho
Que mulher (c/ Ary da Guarda)
Um grande amor (c/ Jair do Cavaquinho)

Discografia

(2000) Doce Recordação • Nikita Music • CD
(1986) Doce Recordação • Office Sambinha. (Japão) • LP

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

MONTE, Carlos e VARGENS, João Baptista M. (Ilustrações Lan). A Velha Guarda da Portela. Rio de Janeiro: Manati Produções Editoriais, 2001.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Candeia (Portelenses de Outrora)

 
 
CANDEIA
 
Antônio Candeia Filho

* 17/8/1935 Rio de Janeiro, RJ
+ 16/11/1978 Rio de Janeiro, RJ
 
 
Biografia

Compositor. Cantor. O pai, Antônio Candeia, era tipógrafo, flautista e integrante de comissões de frente de escolas de samba. Quando criança, na data de seu aniversário, o pai promovia uma roda de samba para os amigos adultos, regada à cachaça e a feijão. Desde os seis anos de idade, frequentava as rodas de samba e choro, organizada por seu pai, sambista e boêmio, amigo de Paulo da Portela, João da Gente, Claudionor Cruz e Zé da Zilda. Aprendeu a tocar violão e cavaquinho e passou a participar das reuniões de sambistas na casa de Dona Ester, em Oswaldo Cruz. Por essa época, conheceu e fez amizade com vários compositores como Luperce Miranda. Também era frequentador dos terreiros de candomblé, das rodas de capoeira e da Escola de Samba Vai Como Pode, que deu origem à Portela. Começou a compor aos 13 anos. O primeiro samba-enredo para a Portela foi "Seis datas magnas", em parceria com Altair Marinho. 
 
Com esse samba, em 1953, a escola foi campeã no carnaval daquele ano, obtendo nota máxima em todos os quesitos. Por essa época, com alguns amigos, fundou a Ala da Mocidade da Portela. Mais tarde, integrou a Ala dos Impossíveis, considerada por Paulo da Portela como a ala que mais deu fruto para a escola. Em 1957, aos 22 anos, entrou para a Polícia Civil, assumindo o cargo de Investigador. Policial severo vivia prendendo prostitutas e malandros. Certa vez, em uma sinuca, chegou a pedir documentos a um certo rapaz que mais tarde seria conhecido como Paulinho da Viola. No dia 13 de dezembro de 1965, após abordar um caminhão e ao esvaziar o revólver nas rodas do veículo, foi surpreendido pelo motorista que lhe desfechou cinco tiros. Um deles alojou-se na medula óssea. Logo depois, já paralítico, foi obrigado a afastar-se da profissão e passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística.
 
Em 1978, em parceria com Isnard, lançou o livro "Escola de Samba - A Árvore que Esqueceu a Raiz", pela Editora Lidador/Seec. De acordo com o crítico Mauro Ferreira: "Tal qual Zumbi dos Palmares, Candeia era o Zumbi dos terreiros cariocas, desbravando caminhos e lutou para manter erguida a bandeira dos partidos mais altos e do orgulho negro.". 
 
Em 1987 foi publicado pela Funarte, em co-edição com a Martins Fontes, o livro "Candeia: luz da inspiração", de João Batista M. Vargem. 
 
Em 2002 foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor faz várias referências ao compositor. Sua vida e obra também foram temas de dois documentários em longas-metragens: "Eu sou o povo!", de Bruno Bacellar, Luís Fernando Couto e Regina Rocha) e "É Candeia", dirigido por Márcia Waltzl.

Em 2007 o texto "É samba na veia, é Candeia", de Eduardo Rieche, foi o vencedor do "Seleção Brasil em Cena 2007", concurso nacional de dramaturgia promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil. No ano seguinte o texto foi levado ao palco do CCBB com direção cênica de André Paes Leme e direção musical de Fábio Nin. Estrelado pelo ator Jorge Maya, a peça sobre a obra e a vida do compositor ficou em cartaz por vários meses, atraindo um público de cinco mil espectadores e acumulando prêmios, tal como "Melhor Espetáculo de 2008", pelo júri do Jornal do Brasil, sendo também indicado ao "Prêmio Shell 2008" nas categorias de "Melhor Texto" e "Melhor Direção Musical". No ano de 2009 a peça foi levada ao palco do Centro Cultural Veneza, em Botafogo e posteriormente estreou temporada no teatro Ôi Casa Grande, no Leblon, no Teatro Villa-Lobos, em Copacabana, ambos os bairros na Zona Sul do Rio de Janeiro. 
 
Em 2011 foi finalizado o documentário "Candeia - Sangue, Suor e Lágrimas", dirigido por Felipe Nepomuceno. Neste mesmo ano sua filha Selma Candeia (Presidente do Grêmio Recreativo de Artes Negras Quilombo) deu início à pesquisa de um livro sobre o compositor, trabalho no qual vários familiares e amigos prestaram entrevistas sobre o sambista. 
 
Dados Artísticos 
 
Iniciou a carreira artística na Portela, levado pelo compositor Alvaiade, responsável por seu lançamento e apresentação na ala dos compositores da escola. 
 
Aos 17 anos, em 1953, compôs o samba-enredo "Seis datas magnas" em parceria com Altair Marinho, sendo este o primeiro samba na história do carnaval a conseguir a nota máxima do júri. Ainda na Portela, com Valdir 59, compôs mais dois sambas-enredos. Um deles, "Festas juninas em fevereiro", de 1955, classificou a escola em terceiro lugar. 
 
No ano de 1957 compôs com Valdir 59 o samba-enredo "Legados de D. João VI" , com o qual a escola foi campeã. Neste mesmo ano, teve gravada em um 78 rpm por Luís Bandeira a sua primeira música, "Samba sincopado". O cantor ouvira a samba por acaso, nos estúdios da gravadora Sinter. 
 
No ano de 1959 compôs com Casquinha, Bubu, Valdir 59 e Picolino, o samba-enredo "Brasil, panteão de glórias", com o qual a escola se classificou no carnaval daquele ano em primeiro lugar. 
 
No início da década de 1960 participou do movimento de revitalização do samba, promovido pelo CPC (Centro Popular de Cultura) em parceria com a UNE (União Nacional dos Estudantes). Por essa época, ao lado de Picolino e Casquinha, organizou o conjunto Mensageiros do Samba que, a partir de 1964, passou a apresentar-se no Zicartola, chegando a gravar um LP pela Philips. 
 
No ano de 1965, no aniversário dos 400 anos da cidade do Rio de Janeiro, compôs com Valdir 59 "Histórias e tradições do Rio Quatrocentão", com o qual a Portela se classificou em terceiro lugar no desfile daquele ano. Neste mesmo ano, Elizete Cardoso, no LP "Elizete sobe o moro", interpretou de sua autoria "Minhas madrugadas" (c/ Paulinho da Viola). No ano seguinte, Paulinho da Viola regravou a composição. 
 
Em 1970 lançou o LP "Candeia", o primeiro disco individual, no qual interpretou de sua autoria "Samba da antiga", "Viver", "Chorei, chorei", "O pagode", "Prece ao sol", "A volta", "Paixão segundo eu", "Dia de graça", "Outro recado" (c/ Otto Enrique Trepte "Casquinha"), "Sorriso antigo" (c/ Aldecy), "Coisas banais" (c/ Paulinho da Viola) e "Ilusão perdida" (c/ Otto Enrique Trepte "Casquinha"). No ano seguinte, pela mesma gravadora, lançou o LP "Raiz". No disco incluiu de sua autoria "Filosofia do samba", "Vem é lua", "A hora e a vez do samba", "Quarto escuro", "Regresso", "Saudação a Toco Preto", "De qualquer maneira", "Imaginação" (c/ Aldecy), "Minhas madrugadas" (c/ Paulinho da Viola), "Saudade" (c/ Arthur Poerner), "Vai pro lado de lá" (c/ Euclenes) e ainda "Silêncio tamborim", de autoria de Anézio e Wilson Bombeiro. 
 
Em 1972, juntamente com Hiram Araújo, foi o autor do enredo "Ilu Ayê - A Terra da Vida". A Portela se classificou em terceiro lugar com o samba-enredo do mesmo nome, de autoria de Cabana e Norival Reis. 
 
Em meados da década de 1970, afastou-se da Portela. No ano de 1974, Clara Nunes gravou "Sindorerê". Neste mesmo ano, o crítico Ricardo Cravo Albin incluiu seu samba "Dia de graça" no oitavo e último LP da série "MPB - 100 Anos - Ao Vivo", contando a história da MPB, gravado ao vivo na Rádio MEC. O samba foi interpretado por Elza Soares, acompanhada de Abel Ferreira e seu conjunto. Ainda em 1974, Elizete Cardoso, no LP "Feito em casa", incluiu de sua autoria "Peso dos anos", parceria com Walter Rosa. 
 
Em 1975, pela gravadora Tapecar, lançou o LP "Samba de roda", no qual adaptou e interpretou diversos motivos folclóricos da Bahia, entre os quais "Capoeira: Ai, Haydê", "Paranauê", "Maculelê: Sou eu, sou eu", "Não mate homem", "Olha hora Maria", "Candomblé: Deus que lhe dê" e "Salve! Salve!", além da faixa-título "Samba de roda: Porque não veio", também um desses motivos baianos. No disco também incluiu composições de sua autoria, entre elas "Brinde ao cansaço", "Alegria perdida" (c/ Wilson Moreira), "Sinhá dona da casa" (c/ Netinho), "Acalentava", "Samba na tendinha", "Não tem veneno" (c/ Wilson Moreira), "Eskindôlelê" e ainda "Já clareou" (Dewett Cardoso), "Conselhos de vadio" (Alvarenga) e "Camafeu" (Martinho da Vila). Neste mesmo ano participou do disco "Partido em 5 - volume 1", ao lado de Joãozinho da Pecadora, Anézio, Wilson Moreira, Velha e Casquinha. Ainda em 1975, ao lado de Hélio Nascimento, Anézio, Velha, Casquinha e Wilson Moreira, gravou o LP "Partido em 5 volume 2", no qual foram incluídas de sua autoria "Batuque feiticeiro", "História de pescador" e "Luz da inspiração". Participou também do LP "Partido de primeira", no qual interpretou "Samba na tendinha", "Já clareou" e "Olha a hora, Maria". Neste mesmo ano, Clara Nunes gravou um sucesso de sua autoria, "O mar serenou", e Alcione, no LP "A voz do samba", incluiu duas composições de sua autoria, "História de pescador" e "Batuquei no feiticeiro". 
 
Em 1977 Clara Nunes gravou no LP "As forças da natureza", a composição "PCJ - Partido da Clementina de Jesus", interpretada em dueto com Clementina de Jesus. Neste mesmo ano, ao lado de Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Elton Medeiros, gravou o disco "Os Quatro grandes do samba", no qual foram incluídas de sua autoria "Expressão do teu olhar", interpretada pelo autor e ainda "Não vem" (assim não dá), interpretada junto com Elton Medeiros, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho e uma terceira faixa, "Sou mais o samba", cantada em dueto com Dona Ivone Lara. Com o sucesso do LP, foi montado o show homônimo no Teatro Clara Nunes, também com grande sucesso. Neste mesmo ano lançou o disco "Luz da inspiração" interpretando de sua autoria "Olha o samba sinhá", "Vem menina moça", "Nova escola", "Luz da inspiração", "Cabocla Jurema" e "Falso poder", além de outras composições em parceria, tais como "Me alucina" (c/ Wilson Moreira), "Era quase madrugada" (c/ Casquinha), "Riquezas do Brasil" c/ Waldir 59) e ainda "Pelo nosso amor" (Cartola), "Maria Madalena da Portela" (Aniceto do Império) e "Já curei minha dor", de Padeirinho da Mangueira. 
 
No ano de 1978 lançou o que foi considerado seu melhor disco, "Axé! Gente amiga do samba". No LP, com arranjos de João de Aquino, incluiu "Vivo isolado do mundo", composição de autoria de Alcides Malandro Histórico, geralmente creditada a autoria a Candeia, dado ao enorme sucesso da música naquela época. No disco também interpretou "O invocado" (Casquinha), "Beberrão" (Aniceto do Império e Mulequinho), "Ouço uma voz" (Nelson Amorim) e "Ouro desça do seu trono", de Paulo da Portela. Ainda no LP, incluiu de sua autoria as faixas "Dia de graça", "Gamação", "Pintura sem arte", "Mil reis" (c/ Noca da Portela), "Amor não é brinquedo" (c/ Martinho da Vila), "Zé Tambozeiro" (c/ Vandinho), "Peixeiro granfino" (c/ Bretas) e "Vem amenizar", em parceria com Waldir 59. Neste mesmo ano, Beth Carvalho interpretou "Você, eu e a orgia", parceria com Martinho da Vila. No ano seguinte, em 1979, no LP "Clementina e convidados", Clementina de Jesus gravou "Tantas você fez", em dueto com Cristina Buarque. A cantora Renata Lu no LP "Tô voltando" regravou "Mil-réis". Alcione, neste mesmo ano, regravou "Dia de graça" no LP "Gostoso veneno", gravada anteriormente por Elza Soares. Clara Nunes, no disco "Esperança", incluiu duas composições suas em parcerias com Jaime: "Ê, favela" e "Minha gente" e, em 1980, interpretou no LP "Brasil mestiço", duas outras composições de sua autoria: "Dia a dia" (c/ Jaime) e "Regresso". 
 
Em 1981, Alcione regravou "Pintura sem arte". Dois anos depois, em 1983, Beth Carvalho gravou "Sabão"(c/ Alvarenga) no disco "Suor no rosto". No ano seguinte, em 1984, Alcione interpretou "A luz do vencedor", parceria com Luiz Carlos da Vila. 
 
Foi homenageado pela Escola de Samba Unidos do Jacarezinho em 1986, com o enredo "Candeia, luz de inspiração", com o qual a escola foi promovida para o grupo principal. No ano seguinte, em 1987, Cristina Buarque gravou "Morro do sossego" (c/ Arthur José Poerner). Neste mesmo ano de 1987 o escritor, pesquisador e ex-diretor da Escola de Samba Portela João Batista M Vargens lançou o livro "Candeia: Luz da inspiração" (Rio de Janeiro: Editora Martins Fontes/Funarte. Coleção MPB volume 20), livro no qual perpassou a vida e a obra do compositor, listando, também, algumas composições inéditas do sambistas, entre as quais "Apoteose musical" (c/ Walter Rosa), "Cruel decepção" (c/ Walter Rosa), "Celeiro de heróis" (c/ Casquinha), "Atendendo o apelo" (c/ Casquinha), "Data maravilhosa" (c/ Casquinha e Waldir 59), "Vou partir" (c/ Casquinha), "Fim de romance" (c/ Casquinha), "Estado da Guanabara" (c/ Catoni), "Rio de Janeiro I" (c/ Catoni), "Rio de Janeiro II" (c/ Catoni), "Samba livre" (c/ Wilson Moreira), "Magna beleza" (c/ Waldir 59), "Sem razão" (c/ Waldir 59), "Não é bem assim" (c/ Waldir 59), "Meu ser" (c/ Waldir 59), "Por que não vens?" (c/ Waldir 59), "Lamento de uma raça" (c/ Waldir 59), "Mera ilusão" (c/ Altair Prego), "Cansaço" (c/ Paulinho da Viola), "Faz de conta", "Miragens do deserto" e "Amor não é pecado". 
 
Em 1988, aos dez anos de seu falecimento, a Funarte prestou-lhe homenagem lançando um disco com 11 composições suas: "O último bloco", "Anjo moreno", "Criança louca", "Testamento de partideiro", "Réu confesso" (c/ Casquinha e Davi do Pandeiro), "Indecisão" (c/ Casquinha), "Seis datas magnas" (c/ Altair Prego), "Peso dos anos" (c/ Walter Rosa), "Quero estar só" (c/ Wilson Moreira), "Portela é uma família reunida" (c/ Monarco), "Não vou te perdoar" (c/ Wilson Moreira) e "Morro do Sossego" (c/ Arthur Poerner). Beth Carvalho também lhe prestou homenagem no LP "Alma brasileira", interpretando de sua autoria "Olha a hora, Maria" e "Gamação". 
 
No ano de 1993 a gravadora Warner Music lançou pela coleção "Mestre da MPB" o CD "Candeia", no qual foram compilados alguns de seus sucessos, entre os quais "Dia de graça", "Pintura sem arte" e "Amor não é brinquedo", parceria com Martinho da Vila. No disco também foram incluídas algumas de suas interpretações para composições de amigos: "Maria Madalena da Portela" (Aniceto do Império), "Vivo isolado do mundo" (Alcides Malandro Histórico), "Ao povo em forma de arte" (Wilson Moreira e Nei Lopes) e "Beberrão", de Aniceto do Império e Mulequinho. 
 
No ano de 1995 Martinho da Vila, no CD "Tá delícia, tá gostoso", o homenageou com o pot-pourri "Em memória a Candeia", interpretando "Dia de graça", "Filosofia do samba", "De qualquer maneira", "Peixeiro grã-fino" e "Não tem vencedor". No ano seguinte, Zeca Pagodinho e a Velha-Guarda da Portela, no disco "Deixa clarear", prestaram uma homenagem ao mestre, cantando o samba "Vivo isolado do mundo", de autoria de Alcides Dias Lopes (Alcides Malandro Histórico). No ano posterior, em 1996, Paulinho da Viola, no disco "Bebadosamba", interpretou "O ideal é competir" (c/ Casquinha). No ano seguinte, em 1997, Mart'nália, no disco "Minha cara", incluiu de sua autoria a composição "A flor e o samba". Dois anos depois, o disco "Homenagem Eterna chama/ Candeia", trouxe as parcerias de Marquinhos de Oswaldo Cruz e Candeia na música "Luz de verão", resgatada de uma fita cassete gravada por Cristina Buarque na casa de Candeia, na década de 1970. O CD "Eterna Chama/Candeia", ainda destacou a participação especial de João de Aquino, que fez a direção musical e atuou como violonista, e de Cristina Buarque na faixa " Vem pra Portela" (c/ Coringa). Neste mesmo disco outros intérpretes lhe prestaram homenagem: Beth Carvalho ('Pintura de arte' e 'O mar serenou'), Zeca Pagodinho ('Expressão do teu olhar'), Martinho da Vila ('Eterna paz', em parceria com o homenageado), Dona Ivone Lara ('Peixeiro grã-fino'), Nelson Sargento ('Peso dos anos'), Monarco e a Velha-Guarda da Portela ('Portela, uma família reunida') e Zé Luiz Mazziotti, em "Preciso me encontrar", canção composta por Candeia a pedido do falecido jornalista e escritor Juarez Barroso. Esta mesma canção foi gravada com grande sucesso pela cantora Marisa Monte, filha Carlos Monte, ex-diretor da Portela. 
 
Em novembro de 1998, no Canecão, foi lançado o CD em homenagem a Candeia com a presença de amigos, parceiros e admiradores de sua obra. 
 
No ano 2000, a cantora Dorina regravou "Me alucina" no disco "Samba.com". Neste mesmo ano o parceiro Casquinha lançou o primeiro disco, no qual incluiu a música "Tantos recados", parceria de ambos, com participação especial de Aldir Blanc. Ainda neste ano, Luciana Mello, no disco "Assim que se faz", pela gravadora Trama, incluiu "O mar serenou" e seu parceiro Waldir 59 participou do disco "Ala de Compositores da Portela", CD no qual foi incluída uma de declamação de Waldir 59 de parte da letra do samba-enredo "Riquezas do Brasil" (Candeia e Waldir 59). 
 
No ano de 2001 o sambista Agrião (Jorge Fernando Ribeiro Trindade) incluiu "A volta", de sua autoria, no disco "Samba vadio". No ano posterior, em 2002, Zeca Pagodinho no disco "Deixa a vida me levar", incluiu de sua autoria "Riquezas do Brasil". Ainda em 2002, o grupo Fundo de Quintal gravou o disco "Cacique de Ramos e convidados", no qual foram incluídas de sua autoria "Samba da antiga", "Olha o samba, Sinhá" e "A flor e o samba", todas com participação especial de Zeca Pagodinho. Ainda neste ano, Teresa Cristina incluiu "Coisas banais", parceria com Paulinho da Viola, no disco "A música de Paulinho da Viola". 
 
Em 2003 Alcione, no disco "Alcione ao vivo 2", incluiu de sua autoria "Profecia". Neste mesmo ano, "O mar serenou" foi interpretada por Wilson Moreira no disco "Um ser de luz - saudação à Clara Nunes". No ano seguinte, em 2004, a cantora Tereza Gama lançou o CD "Aos mestres com carinho" (Selo Rio Fonográfico), no qual interpretou de sua autoria "Gamação". 
 
No ano de 2005, em São Paulo, vários amigos lhe prestaram homenagem em show no Sesc Pompeia, entre os quais Paulinho da Viola e Wilson Moreira. Por essa época a gravadora Warner relançou em CD dois elepês do compositor. 
 
No ano de 2009 Cristina Buarque e Terreiro Grande, apesentaram-se no Espaço FECAP, em São Paulo, no qual fizeram homenagem ao compositor carioca Candeia. Na ocasião foi lançada a terceira edição do livro "Candeia, luz da inspiração" (Editora Almádena, aumentada e contendo um CD com mais de duas dezenas de músicas inéditas), de João Batista M. Vargens. O espetáculo foi gravado ao vivo e no ano seguinte, em 2010, foi lançado o CD "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia" em show no Bar do alemão, reduto do samba e choro da cidade de São Paulo. No CD foram incluídas várias composições inéditas, entregues pelo próprio Candeia à cantora anos antes, e algumas regravações, destacando-se as faixas "Canção da liberdade", "Falsa inspiração", "Os lírios", "Que me dão para beber", "Vida apertada" (c/ Casquinha), "Miragens do deserto", "Já sou feliz", "Não é bem assim" (c/ Waldir 59), "Magna beleza" (c/ Waldir 59), "Amor oculto" (c/ Picolino), "Não se vive só de orgia" e "Deixa de zanga". Do encarte do disco, escrito por João Batista M. Vargens, destacamos o seguinte trecho: "Entre os seletos compositores da Música Popular Brasileira, está, sem dúvida, Antônio Candeia Filho. Versátil, Candeia explora, com maestria, as três grandes vertentes da música das escolas de samba do Rio de Janeiro: o partido-alto, o samba de terreiro e o samba-enredo, além de enveredar, com reconhecida competência, por outras searas de matizes afro-brasileiros, como o jongo, o caxambu, o maculelê, o afoxé, o samba-de-roda e por aí afora". 
 
Lançado no ano de 2011 pelo Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes, em convênio com o Selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin),, o box "100 Anos de Música popular Brasileira" é integrado por quatro CDs duplos, contendo oito LPs remasterizados. Inicialmente os discos foram lançados no ano de 1975, em coleção produzida pelo crítico musical e radialista Ricardo Cravo Albin a partir de seus programas radiofônicos "MPB 100 AO VIVO", com gravações ao vivo realizadas no auditório da Rádio MEC entre os anos de 1974 e 1975. Paulinho da Viola interpretou no CD volume 7 "Filosofia do samba" (Candeia) e "Minhas madrugadas" (Paulinho da Viola e Candeia) e Elza Soares no mesmo CD (volume 7) gravou a faixa "Dia de graça", também de autoria de Candeia. Neste mesmo ano de 2011 o Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes, relançou em CD três elepês emblemáticos da obra do compositor: "Autêntico - Samba original melodia Portela Brasil poesia - Candeia" (1970), "Raiz" (1971) e "Candeia, samba de roda" (1975). Ainda em 2011 o compositor foi homenageado, pela passagem de seus 76 anos, no projeto "Música na Arlequim", da Livraria Arlequim, no Paço Imperial, na Praça XV, no Rio de Janeiro. Da homenagem prestada fizeram parte uma mesa redonda, com depoimentos sobre a vida e obra do autor, composta por Adelzon Alves, Noca da Portela, Marcelo Fróes, Waldir 59 e Aglaise Silva e Souza como mediadora. Foi exibido o filme "Partido Alto", dirigido por Leon Hirszman (1974), apresentação da cantora Nina Wirtti, acompanhada pelo violonista de sete cordas Rafael Mallmith, além do show com a cantora Selma Candeia (filha do compositor), acompanhada pelo grupo o grupo Roda de Samba do Quilombo de Candeia, integrado por Luiz Henrique (violão), Alan Rocha (cavaco e voz), Márcia Moura (percussão e voz), Sílvia Drufieyer (percussão e voz), Peterson (surdo) e as pastoras Wilma Boss e Vânia Araújo. 
 
No ano de 2014 a cantora Teresa Cristina estreou no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o espetáculo "Tributo a Candeia", apresentado na Arena Carioca Fernando Torres, no Parque de Madureira, onde se fez uma roda de samba em homenagem ao compositor, cuja renda foi direcionada ao Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, que teve alagada sua sede no ano anterior. O grêmio foi presidido por sua filha Selma Candeia. Neste mesmo ano de 2014 Paulinho da Viola também lhe prestou homenagem desfilando com o Bloco Carnavalesco Timoneiro executando somente composições do homenageado. 
 
Em 2015 o compositor foi homenageado, por conta das comemorações de seus 80 anos, em show no Circo-Voador com a participação de vários parceiros, amigos e admiradores, tais como Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Monarco, Cristina Buarque e Teresa Cristina. Fazendo parte das homenagens foi exibido no Espaço Cultural SINTUFRJ o documentário "80 Anos de Candeia, 37 Anos de Saudade", dos diretores Bruno Barcellar e Luís Fernando Couto, com direito a uma roda de samba posterior à exibição. Na quadra da Escola de Samba Portela, mais precisamente no evento "Feijoada da Portela", a Velha-Guarda da Portela lhe prestou homenagem interpretando algumas de suas composições com a participação especial da cantora Elza Soares. As homenagens à data de nascimento do compositor também foram feitas na quadra do G.R.A.N.E.S Quilombo (Grêmio Recreativo de Artes Negras Escola de Samba Quilombo), no bairro de Fazenda Botafogo, onde ocorreu uma roda de samba com os grupos paulistas Terreiro de Mauá e Terra Brasileira. Ainda fazendo parte das comemorações, pela data de seus 80 anos, foi relançado o livro "Escola de Samba: A Árvore que esqueceu a Raiz", de Candeia e Isnard. Também em 2015 o pesquisador Vagner Fernandes finalizou a biografia do compositor, ainda sem título e editora. 
 
Obra

A flor e o samba
A hora e a vez do samba
A luz do vencedor (c/ Luiz Carlos da Vila)
A paz no coração (c/ Davi do Pandeiro)
A volta
Acalentava
Alegria perdida (c/ Wilson Moreira)
Amor não é brinquedo (c/ Martinho da Vila)
Amor não é pecado (inédita)
Amor oculto (c/ Picolino)
Anjo moreno
Apoteose musical (c/ Walter Rosa) inédita
Atendendo o apelo (c/ Casquinha) inédita
Batuquei no feiticeiro
Brasil, panteão de glórias (c/ Valdir 59, Casquinha, Bubu e Picolino)
Brinde ao cansaço
Cabocla Jurema
Canção da liberdade
Candomblé: Deus que lhe dê (Folclore - Adpt. Candeia)
Cansaço (c/ Paulinho da Viola) inédita
Capoeira: Ai, Haydê (Folclore - Adpt. Candeia)
Celeiro de heróis (c/ Casquinha) inédita
Chorei, chorei
Coisas banais (c/ Paulinho da Viola)
Criança louca
Cruel decepção (c/ Walter Rosa) inédita
Data maravilhosa (c/ Casquinha e Waldir 59) inédita
De qualquer maneira
Deixa de zanga
Dia a dia
Dia de graça
Ê, favela (c/ Jaime)
Era quase madrugada (c/ Casquinha)
Eskindolelê
Estado da Guanabara (c/ Catoni) inédita
Eterna paz (c/ Martinho da Vila)
Expressão do teu olhar
Falsa inspiração
Falso poder (Ser ou não ser)
Faz de conta (inédita)
Festas juninas em fevereiro (c/ Valdir 59)
Filosofia do samba
Gamação
História de pescador
Histórias e tradições do Rio Quatrocentão (c/ Waldir 59)
Ilusão perdida (c/ Otto Enrique Trepte "Casquinha")
Imaginação (c/ Aldecy)
Indecisão (c/ Casquinha)
Já clareou
Já sou feliz
Lamento de uma raça (c/ Waldir 59) inédita
Legados de D. João VI (c/ Valdir 59)
Luz da inspiração
Luz de verão (c/ Marquinhos de Oswaldo Cruz)
Maculelê: Sou eu, sou eu (Folclore - Adpt. Candeia)
Magna beleza (c/ Waldir 59)
Me alucina (c/ Wilson Moreira)
Mera ilusão (c/ Altair Prego) inédita
Meu dinheiro não dá (c/ Catoni)
Meu ser (c/ Waldir 59) inédita
Mil reis (c/ Noca da Portela)
Minha gente do morro (c/ Jaime)
Minhas madrugadas (c/ Paulinho da Viola)
Miragens do deserto
Morro do sossego (c/ Arthur José Poerner)
Não é bem assim (c/ Waldir 59) inédita
Não mate, homem (Folclore - Adpt. Candeia)
Não se vive só de orgia
Não tem veneno (c/ Wilson Moreira)
Não vem (assim não dá)
Não vou te perdoar (c/ Wilson Moreira)
Nova escola
O ideal é competir (c/ Casquinha)
O mar serenou
O pagode
O último bloco
Olha hora Maria (Folclore - Adpt. Candeia)
Olha o samba sinhá (Samba de roda)
Os lírios
Os partideiros
Outro recado (c/ Otto Enrique Trepte "Casquinha")
Paixão segundo eu
Paranauê (Folclore - Adpt. Candeia)
PCJ (Partido Clementina de Jesus)
Peixeiro grã-fino (c/ Mano Bretas)
Pelo nosso amor
Peso dos anos (c/ Walter Rosa)
Pintura sem arte
Por que não veio (Samba de roda - adaptação)
Por que não vens? (c/ Waldir 59) inédita
Portela é uma família reunida (c/ Monarco)
Prece ao sol
Preciso me encontrar
Profecia
Quarto escuro
Que me dão para beber
Quero estar só (c/ Wilson Moreira)
Regresso
Réu confesso (c/ Casquinha e Davi do Pandeiro)
Rio de Janeiro I (c/ Catoni) inédita
Rio de Janeiro II (c/ Catoni) inédita
Riquezas do Brasil (Brasil poderoso) (c/ Waldir 59)
Sabão (c/ Alvarenga)
Salve! Salve! (Folclore - Adpt. Candeia)
Samba da antiga
Samba de roda: Porque não veio (Folclore - Adpt. Candeia)
Samba livre (c/ Wilson Moreira) inédita
Samba na tendinha
Samba sincopado
Saudação a Toco Preto
Saudade (c/ Arthur José Poerner)
Seis datas magnas (c/ Altair Marinho "Prego")
Sem razão (c/ Waldir 59) inédita
Sindorerê
Sinhá dona de casa (c/ Netinho)
Sorriso antigo (c/ Aldecy)
Sou eu, sou eu (Adaptação do maculelê)
Sou mais o samba
Tantas você fez
Tantos recados (c/ Casquinha)
Testamento de partideiro
Vai de saudade (c/ Davi do Pandeiro)
Vai pro lado de lá (c/ Euclenes)
Vem amenizar (c/ Valdir 59)
Vem é lua
Vem menina moça
Vem pra Portela (c/ Coringa)
Vem, menina- moça
Vida apertada (c/ Casquinha)
Viver
Você, eu e a orgia (c/ Martinho da Vila)
Vou partir (c/ Casquinha) inédita
Zé Tambozeiro [Tambor de Angola] (c/ Vandinho)

Discografia

(1998) Eterna chama/Candeia • Perfil Musical • CD
(1997) Candeia, Aniceto do Império, Mestre Marçal e Velha-Guarda da Portela • Funarte/Atração Fonográfica • CD
(1997) Raiz - Filosofia do samba • Copacabana Discos • CD
(1997) Candeia - Samba da antiga • Copacabana Discos • CD
(1993) Mestre da MPB - Candeia • Warner Music • CD
(1988) Candeia • Funarte • LP
(1978) Axé! Gente amiga do samba • Atlantic/WEA • LP
(1978) Candeia e Elton Medeiros. Coleção Nova História da Música Popular Brasileira • Abril Cultural
(1977) Luz da inspiração • Atlantic/WEA • LP
(1977) Partido em 5 volume 3 • Tapecar • LP
(1977) Quatro grandes do samba (c/ Elton Medeiros, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho) • RCA Victor • LP
(1975) Samba de roda • Tapecar • LP
(1975) Partido em 5 volume 1 • Tapecar • LP
(1975) Partido em 5 volume 2 • Tapecar • LP
(1971) Raiz • Gravadora Equipe • LP
(1970) Autêntico - Candeia • Gravadora Equipe • LP
(1964) Mensageiros do Samba • Gravadora Philips • LP

Shows

Show c/ os Mensageiros do samba. Zicartola, RJ
Os quatro grandes do samba. (c/ Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Elton Medeiros). Teatro Clara Nunes. Rio de Janeiro, RJ.

Bibliografia Crítica
 
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Edição Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006. ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio de Janeiro: Atração Produção Ilimitada/MEC/Funarte, 1997.

ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

ARAÚJO, Hiram. Carnaval - Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.

CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.

CANDEIA, Isnard. Escola de Samba - A árvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro: Editora Lidador/Seec, 1978.

COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002.
 
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
 
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
 
Nova História da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Abril, 1978.
 
PASCHOAL, Marcio. Pisa na fulô mas não maltrata o carcará. Vida e obra do compositor João do Vale, o poeta do povo. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 2000.
 
Revista Música Brasileira, Número 17. Rio de Janeiro: 2/1999.
 
VARGENS, João Batista M. Candeia: Luz da inspiração. Rio de Janeiro: Editora Martins Fontes/Funarte. Coleção MPB volume 20, 1987.
 

domingo, 18 de dezembro de 2016

Catoni (Portelenses de Outrora)

Catoni

Sebastião Vitorino Teixeira dos Santos
* 13/5/1930 Ouro Preto, MG 
+  8/8/1999 Rio de Janeiro, RJ


Biografia  

Compositor. Cantor. Instrumentista. Sanfoneiro.  A família transferiu-se para o subúrbio de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, quando completou 13 anos.  O pseudônimo Catoni lhe foi dado por ter morado com uma família italiana.  Trabalhou como serralheiro de ferro e alumínio. Falava nagô fluentemente, língua que aprendeu com a avó, ex-escrava, que viveu 100 anos.  Pertenceu à Ala dos Compositores da Escola Vai Se Quiser, que mais tarde se uniu à Escola Corações Unidos de Jacarepaguá formando o Grêmio Recreativo União de Jacarepaguá, conhecida na época como Vai Se Quiser. Totalizou 12 sambas-enredos compostos para essas escolas. Mais tarde, em 1966, levado por Natal da Portela, ingressou na Ala dos Compositores da Escola de Samba Portela.  Faleceu em 1999, sendo sepultado no cemitério da Pechincha, Zona Oeste do Rio de Janeiro.  No ano de 2013 foi citado em verbete no livro "Frutos da Terra: Sambas e Compositores Iguaçuanos", organizado por Otair Fernandes e Edna Inácio da Silva e Silva, publicado pelo Núcleo LEAFRO (Laboratório de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas", da UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).  

Dados Artísticos  

Ainda menino, aos 13 anos, tocava sanfona de oito baixos e cantava calangos em Ouro Preto. Por essa época, compôs o seu primeiro samba "Vai, meu amor".  Fez parte da ala de compositores de várias escolas, mas obteve algum sucesso quando ingressou na Ala de Compositores da Portela.

No ano de 1967 a Portela desfilou com o samba-enredo de sua autoria: "Tal dia é o batizado" (c/ Jabolô e Valtenir), com o qual a escola classificou-se em sexto lugar. Neste mesmo ano, Elizete Cardoso, no disco "Viva o samba!", lançado pela gravadora Copacabana, interpretou de sua autoria "Perdi a namorada", em parceria com Jabolô e Waltenir.  

Em 1970 compôs com Jabolô e Valtemir o samba-enredo "Lendas e mistérios da Amazônia", com o qual a Portela desfilou naquele ano, classificando-se em 1° lugar com o samba puxado por Silvinho do Pandeiro e com enredo do museólogo Clóvis Bornay. Dois anos depois, em 1972, Elizeth Cardoso gravou de sua autoria, também em parceria com Jabolô e Valtemir, o samba "Perdi a namorada".  

No ano de 1974 dois sambas seus foram gravados por outros artistas: "Se eu perdi, você me dá" e "Bom-dia, Salgueiro", tendo sido este último inscrito em um concurso de samba no Salgueiro e conseguido uma boa colocação. Neste mesmo ano, ao lado de Wilson Moreira, Edson Menezes, Gracia do Salgueiro e Ary do Cavaco, entre outros, participou do LP "Olé do partido alto", no qual interpretou de sua autoria "Quero ver você negar", em parceria com Bira. No ano seguinte, em 1976, Eliana Pittman interpretou "No meio do povo", parceria com o poeta e letrista Sérgio Fonseca e Joel Menezes. Neste mesmo ano, Sônia Lemos gravou "Berimbau amarelo" (c/ Bira) e Agepê interpretou de sua autoria "Jeito de tatuagem", também em parceria com Bira.  

Em 1977 compôs "A festa da aclamação" (c/ Jabolô, Dedé da Portela e Valtemir), samba-enredo com o qual a Portela classificou-se em segundo lugar no campeonato daquele ano. No ano seguinte, Roberto Ribeiro gravou "Isso não são horas" (c/ Xangô da Mangueira e Chiquinho) e Paulinho da Viola interpretou "Cenários", parceria com Jorge Mexeu.  

No ano de 1979 Clementina de Jesus gravou o disco "Clementina e convidados". No LP, produzido pela EMI, incluiu "Laçador", parceria de Clementina e Catoni.  

Apresentou-se várias vezes em clubes tocando instrumentos de percussão e sanfona, como o Clube Renascença.  

No ano de 1997 Roberto Lara o convidou a fazer uma participação especial em seu CD "Tomando de assalto". Neste disco, Catoni interpretou "Vertigem", parceria com o poeta e professor de literatura Sérgio Fonseca. No ano seguinte, em 1998, gravou o documentário "Um Preto Velho Chamado Catoni", média-metragem de 43 minutos dirigido por Valter Filé para a série "Puxando Conversa", da TV Maxambomba.  

No ano de 2000 Marquinhos de Oswaldo Cruz, no disco "Uma geografia popular", interpretou "Tem zoeira", de Catoni em parceria com Jabolô.  

Em 2001 Roberto Lara, no disco "Em casa", regravou "Vertigem", de Catoni e Sérgio Fonseca.  

No ano de 2003 a Portela, ao lado da Tradição, Império Serrano e Viradouro, foi uma das Escolas de Samba que optaram em comemorar o 20º aniversário do Sambódromo, quando foi construída a "Passarela do Samba", levando para a avenida sambas-enredo anteriores a 1984. A Portela escolheu o samba-enredo que lhe deu o título de 1970: "Lendas e mistérios da Amazônia", de Catoni, Jabolô e Waltenir. Com este samba-enredo de sua autoria, a Águia desfilou no carnaval de 2004, classificando-se em 7º lugar no Grupo Especial. 

No ano de 2009 Clarice Magalhães regravou "Vertigem" (Catoni e Sérgio Fonseca) no disco "Meu saravá", lançado pelo selo Cedro Rosa.  

Em 2010 suas composições "Redenção" (c/ João da Paz) e "Os arcos", em parceria com Evandro Lima e Sérgio Fonseca, esta última com a participação especial de Adelzon Alves, foram incluídas no CD "O Canto da Baixada", de Bira da Vila.  

Entre seus diversos parceiros estão Carlito Cavalcanti; Sérgio Fonseca, com quem tem dezenas de composições inéditas; além de Candeia em "Meu dinheiro não dá", "Isso não são horas" (c/ Xangô da Mangueira e Chiquinho), gravada por Xangô e com participação especial de Catoni e Zagaia; "Cenários", composta em parceria com Jorge Mexeu e gravada por por Paulinho da Viola; "Zambelê" (c/ Rosa Maria Silva), interpretada por por Clara Nunes; "Jeito de tatuagem" (em parceria com Bira), registrada por Agepê; "Festa da aclamação" (c/ Jabolô, Waltenir e Dedé da Portela), gravada por Silvinho e coro, samba-enredo com o qual a Portela tornou-se vice-campeã no ano de 1977 e o seu maior sucesso "Lendas e mistérios da Amazônia", em parceria com Jabolô e Waltenir), com várias gravações, inclusive Chico Buarque.

Obra

A festa da aclamação (c/ Dedé da Portela, Jabolô e Waltenir)
Berimbau amarelo (c/ Bira)
Bom-dia Salgueiro
Cenários (c/ Jorge Mexeu)
Estranho suicida inédita
Ganga-Zumba
Isso não são horas (c/ Xangô da Mangueira e Chiquinho)
Jeito de tatuagem (c/ Bira)
Laçador (c/ Clementina de Jesus)
Lendas e mistérios da Amazônia (c/ Jabolô e Valtemir)
Marujada Inédita
Meu dinheiro não dá (c/ Candeia)
Missa profana Inédita
Nem (c/ Sérgio Fonseca) Inédita
No meio da roda (c/ Sérgio Fonseca) inédita
No meio do povo (c/ Sérgio Fonseca e Joel Menezes)
Os arcos (c/ Evandro Lima e Sérgio Fonseca)
Perdi a namorada (c/ Jabolô e Waltemir)
Quero ver você negar (c/ Bira)
Redenção (c/ João da Paz)
Se eu perdi, você me dá
Tal dia é o batizado (c/ Jabolô e Waltenir)
Tem zoeira (c/ Jabolô)
Vai, meu amor
Vertigem (c/ Sérgio Fonseca)

Discografia

(2001) Em casa • Selo Arrent Mermo Records • CD
(1997) Tomando de assalto • Independente • CD
(1974) Olé do partido alto • Tapecar • LP

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval - Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.
CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.
FERNANDES, Otair e SILVA, Inácio da Silva (Organizadores). Frutos da Terra: Sambas e Compositores Iguaçuanos. Rio de Janeiro: Núcleo LEAFRO (Laboratório de Estudos Afro-brasileiro e Indígenas), da UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), 2013.
ISNARD, & CANDEIA. Escola de samba - árvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro: Editora Lidador/Seec, 1978.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Cabana (Portelenses de Outrora)

  

Cabana

Silvestre Davi da Silva
* 22/7/1924 Rio de Janeiro, RJ 
+ 18/12/1986 Rio de Janeiro, RJ


Biografia

Compositor.  Foi integrante da Ala de Compositores de várias escolas de samba: Portela, Deixa Malhar, União Entre Nós e Unidos do Barão de Petrópolis, entre outras.  Em 1953 inscreveu o Bloco Associação Carnavalesca Beija-Flor na Confederação das Escolas de Samba para o desfile do ano seguinte, passando a se chamar Grêmio Recreativo e Escola de Samba Beija-Flor.  

Dados Artísticos 

Em 1954, em seu primeiro desfile no Grupo 2, a Beija-Flor desfilou com o samba-enredo de sua autoria: "O caçador de esmeraldas", classificando-se em primeiro lugar e passando para o Grupo 1.

No ano de 1967 compôs "Tal dia é o batizado", samba-enredo com o qual a Portela desfilou nesse mesmo ano, classificando-se em 6º lugar do Grupo 1. Essa música foi gravada por Francinete, na Copacabana Discos. No ano seguinte a Portela voltou a desfilar com samba de sua autoria: "Tronco do Ipê", ficando em 4º lugar do Grupo 1.

Em 1972, em parceria com Norival Reis (Vavá da Portela), compôs "Ilú Aiê (Terra da Vida)", samba-enredo com o qual a Portela classificou-se em 3º lugar do Grupo 1.

Em 1973, voltou a integrar a ala de compositores da Beija-Flor. Neste mesmo ano Martinho da Vila gravou "Nhem, nhem, nhem", parceria de ambos, no LP "A voz do samba".

Em 1985 Beth Carvalho gravou "Não dá pra guardar" (Martinho da Vila e Cabana) no LP "Das bençãos que virão com os novos amanhãs", pela RCA Victor. Sua composição mais conhecida é "Ilú Ayê", considerado um dos mais belos sambas-enredos de todos os tempos gravado por Clara Nunes. Outros intérpretes de sua obra foram Elza Soares, que gravou "Ilu Ayê", composição também interpretada por Mônica Salmaso no CD "Voadeira", lançado em 2001.
 
No ano de 2002, Eliane Faria regravou "Ilu Ayê" no CD "Clássicos do samba", no qual também participaram D. Ivone Lara , Martinho da Vila, Jamelão e Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília. O CD foi gravado no espetáculo de igual título, estreado no Teatro Nacional de Brasília para a comemoração do Dia da Cultura (6 de dezembro), tendo sido apresentado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista e ainda, em turnê, no ano de 2002, pela Europa, especialmente na Dinamarca. O lançamento do disco foi no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e contou com as presenças das velhas-guardas da Portela, Mangueira, Império Serrano, Salgueiro e Vila Isabel, Além de Rildo Hora, Francisco Weffort (Ministro da Cultura), intelectuais e artistas. 
 
Em 2004 Carmem Queiroz regravou "Ilú Ayê". 
 
No ano de 2010 sua composição "Você morava lá no morro", foi gravada por Bira da Vila no CD "O Canto da Baixada". 
 
Obra 
 
Balaio do gato e do rato (c/ Martinho da Vila) Ilú Aiê (c/ Norival Reis)
Não dá pra guardar (c/ Martinho da Vila)
Nhem, nhem, nhem (c/ Martinho da Vila)
O caçador de esmeraldas
Tal dia é o batizado
Você morava lá no Morro
 
Bibliografia Crítica
 
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval - seis milênios de história. Rio de Janeiro. Editora Gryphus, 2000.
CARISE, Iracy. A arte negra na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Editora Artenova, S/D.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Ary do Cavaco (Portelenses de Outrora)

 

Ary do Cavaco

Ari Alves de Souza
 * 17/2/1942 Rio de Janeiro, RJ 
+ 22/9/2011 Rio de Janeiro, RJ

Biografia

Compositor. Cantor. Instrumentista. Passou a infância no bairro de Coelho da Rocha, em São João de Meriti, cidade da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Trabalhou como torneiro mecânico, engraxate e vendedor de pão. Ingressou na Ala de Compositores da Portela em 1962. Autodidata, aprendeu a tocar cavaquinho. Começou a compor com 27 anos. Seu irmão Rubens Alves de Souza também foi um de seus parceiros mais constantes. No ano 2000, como presidente da Ala de Compositores da Portela, foi um dos organizadores do disco "Ala de Compositores da Portela". Hoje, em sua homenagem, a Ala de Compositores leva o seu nome.

Dados Artísticos

Em 1969 compôs o partido-alto "Cotidiano", com Silvinho do Pandeiro. Neste mesmo ano, compôs com Ari Guarda "Pra onde eu vou".

No ano de 1971 o samba-enredo "Lapa em três tempos" (c/ Rubens Alves de Souza) classificou a Portela em 2º lugar do Grupo 1. Neste mesmo ano, Paulinho da Viola gravou com grande sucesso essa composição. No ano seguinte o compositor fez sucesso com "Nó na cana", em parceria com César Augusto. A música foi apresentada no "VII Festival Internacional da Canção", da TV Globo do Rio de Janeiro.

No ano de 1974 Elizete Cardoso no LP "Feito em casa" incluiu de sua autoria "Chico Lambança" e "Batido na palma da mão", ambas em parceria com Otacílio de Souza.

Em 1976 fez sucesso com o samba "Na Beira do Mangue", parceria com Otacílio da Mangueira.

Em 1981 participou do "MPB Shell", da TV Globo com a música "Reunião de bacana", em parceria com Bebeto Di São João. A música foi interpretada pelo conjunto Exporta Samba, alcançando grande repercussão na época. No ano seguinte, participou outra vez do "MPB Shell", desta vez com a música "Mordomia" (c/ Gracinha), obtendo o 3º lugar com a interpretação de Almir Guineto. Como músico participou de shows e gravações com Zeca Pagodinho, Jair Rodrigues e Originais do Samba, entre outros. Atuou em shows no Cordão do Bola Preta, na Casa de Bamba, na Casa do Partideiro, no Clube do Renascença e em outros clubes e boates.

Em 1996 no disco "Deixa clarear", pela gravadora PolyGram, Zeca Pagodinho interpretou "Nega do patrão" (c/ Octacílio da Mangueira).

No ano 2000 organizou e participou do disco "Ala de Compositores da Portela", no qual declamou versos de seu samba-enredo "Lapa em três tempos" (c/ Rubens Alves de Souza). Deste mesmo disco participaram Eliane Faria, Paulinho da Viola, Monarco, João Nogueira, Cristina Buarque, Simone Moreno, Wilson Moreira, Dorina, Norival Reis, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Fraco Cava, Anderson da Portela e Waldir 59.

Em 2002, seriamente enfermo, foi objeto de um movimento público para arrecadar recursos para seu tratamento, liderado por Darcy da Mangueira, Lair e Ricardo Cravo Albin, seus amigos de início de carreira. Neste mesmo ano, foi lançado o livro "Velhas histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor faz várias referências ao compositor.

No ano de 2005 com a composição "Praça Mauá", classificou-se em quinto lugar no "Festival de Samba de Terreiro da Portela". Compôs em parceria com Octacílio da Mangueira (Otacílio de Souza) "Na beira do mangue", gravada por Jair Rodrigues.

No ano de 2011 participou do projeto "Terapia Popular", do cantor e compositor Roberto Serrão, no bar Severyna, no bairro de Larajeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro. Na ocasião foi acompanhado pelo grupo Cara da Gente, integrado por Maurício Verde (cavaquinho), Vinicius (percussão), Zé Carlos (percussão) e Diogo Cunha (violão 7 cordas).

Obra

Batido na palma da mão (c/ Otacílio de Souza)
Chico lambança (c/ Otacílio de Souza)
Cotidiano (c/ Silvinho do Pandeiro)
Êh! Praça Mauá
Lapa em três tempos (c/ Rubens Alves de Sousa)
Mordomia (c/ Gracinha)
Na beira do mangue (c/ Octacílio da Mangueira)
Nega do patrão (c/ Octacílio da Mangueira)
Nó na cana (c/ César Augusto)
Pra onde eu vou (c/ Ari Guarda)
Praça Mauá
Reunião de bacana (c/ Bebeto Di São João)
Todo azul que o azul tem (c/ Café e Carlinhos Madureira)
Vai, meu samba (c/ Otacílio de Souza)

Discografia

(2000) Ala de Compositores da Portela • CD

Shows

Ary do Cavaco (2010) Bar Vaca Atolada, RJ
Festival de Samba de Terreiro da Portela. RJ. (2005)

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval - Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.
CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.
COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002.
ISNARD, & CANDEIA. Escola de samba - árvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro: Editora. Lidador/Seec, 1978.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.