segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Argemiro (Portelenses de Outrora)

 

Argemiro da Portela

Argemiro do Patrocínio
* 1923 Rio de Janeiro, RJ 
+ 21/5/2003 Rio de Janeiro, RJ


Biografia

Compositor. Cantor. Pandeirista.  Nasceu no bairro da Piedade, subúrbio do Rio de Janeiro. Trabalhou como técnico em refrigeração.  Na década de 1950, foi levado por Paulo da Portela (então diretor) e Betinho (diretor de bateria) para a Escola de Samba Portela, passando a integrar a Ala dos Pandeiros. Pai do Mestre Sala Jerônimo (da Portela). Integrou a Ala dos Compositores da Portela e também a velha-guarda da escola.  Começou a compor aos 56 anos de idade.  Faleceu em sua casa em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, durante a madrugada, em decorrência de um ataque cardíaco aos 80 anos. Sua esposa, Walkíria, a Dona Lina, havia falecido duas semanas antes. O corpo foi velado na Quadra da Portela e sepultado no Jardim da Saudade, cemitério da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Dados Artísticos

No ano de 1980, Beth Carvalho, no disco "Sentimento brasileiro", interpretou um de seus maiores sucessos: "A chuva cai lá fora", em parceria com Casquinha. No ano seguinte, em 1981, a mesma cantora incluiu "Gorjear das passarada" (c/ Casquinha) no LP "Na fonte", lançado pela RCA Victor.

No ano de 1986, com produção de Katsunori Tanaka, foi lançado somente para o mercado japonês o disco "Doce recordação - Velha-Guarda da Portela". No disco foram gravadas várias composições de autores portelenses e ainda, de sua autoria, "Nuvem que passou", em sua própria interpretação. 

Dois anos depois, em 1988, o japonês Katsonuri Tanaka produziu o disco "Velha-Guarda da Portela: Homenagem a Paulo da Portela", no qual Argemiro interpretou "Cocorocó", que havia sido gravada anteriomente por Clementina de Jesus em dueto com Roberto Ribeiro. 

No ano seguinte, em 1989, fez uma participação especial no disco "Boêmio feliz", de Zeca Pagodinho, no qual interpretou "Volta, meu amor" (Manacéia e Áurea Maria). 

Em 1990, no LP "Simplesmente Mauro Diniz", foi incluída "Que lugar!", parceria de Argemiro com Maia e Bira do Cavaco. No ano seguinte, Zeca Pagodinho gravou "Mafuá de Iaiá" (c/ Zeca Pagodinho e Serginho) no LP "Pixote", pela gravadora RCA. 

Em setembro de 2000, foi convidado por Teresa Cristina e Grupo Semente para participar da Roda de Samba na Sala Funarte Sidney Miller. Neste mesmo ano, participou, integrando a Velha-Guarda da Portela, do CD "Tudo azul", produzido por Marisa Monte para o selo Phonomotor. Nesse mesmo ano, o selo Nikita Music relançou o disco "Doce recordação".

Em 2001, Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabur começaram a filmagem do documentário sobre a Velha-Guarda da Portela. O filme, iniciado na temporada no Canecão, na ocasião de lançamento do CD "Tudo azul", contou com depoimentos de vários integrantes do grupo. Nesse mesmo ano, Carlos Monte e João Baptista M. Vargens lançaram o livro "A Velha-Guarda da Portela", no qual entrevistaram vários de seus componentes. O livro foi lançado no MIS (Museu da Imagem e do Som), no Rio de Janeiro e contou com a participação da Velha-Guarda da Portela e outros sambistas importantes de várias escolas de samba. Ainda em 2001, Casquinha, também integrante da Velha-Guarda da Portela, convidou o grupo a participar de seu primeiro disco solo, no qual interpretaram "O sol", de autoria de Argemiro da Portela e Casquinha. 

No ano seguinte, em 2002, participou do disco de Jair do Cavaquinho, lançado pelo selo Phonomotor, de Marisa Monte. Por este mesmo selo lançou o CD "Argemiro Patrocínio". Este disco contou com as participações de Marisa Monte na faixa "Dizem que o amor" (c/ Chico Santana) e de Teresa Cristina na faixa "Amém", parceria de Teresa Cristina e Argemiro, além de Zeca Pagodinho na música "A saudade me traz". O disco foi lançado neste mesmo ano, em maio, em show no teatro Clara Nunes, no qual dividiu o palco com Jair do Cavaquinho e ainda contou com as participações especiais de Marisa Monte e Teresa Cristina.

Em 2003, ao lado de Teresa Cristina, Seu Jair do Cavaquinho e Grupo Semente, apresentou-se no Centro Cultural Carioca, na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro. Pouco depois viria a falecer. No ano posterior, em 2004, Monarco e a Velha-Guarda da Portela, juntamente com Beth Carvalho, interpretaram "A chuva cai", em parceria com Casquinha, no DVD "Beth Carvalho - a madrinha do samba".

Entre seus principais parceiros está Casquinha, seu amigo desde a década de 1940, e da nova geração, a cantora e compositora Teresa Cristina (RJ 28/2/1968), com quem tem algumas composições ainda inéditas.

Sobre Seu Argemiro, como era conhecido em Madureira e Oswaldo Cruz, contam muitas histórias e causos, dentre eles:

"Certa vez, levado por Paulinho da Viola e apresentado como um grande sambista a Vinicius de Moraes e Chico Buarque em uma mesa de um bar na Zona Sul, foi lhe pedido por uma pessoa presente que fizesse um samba de improviso sobre uma garrafa que estava na mesa. E Seu Argemiro respondeu: 'Eu não vou fazer porque eu não tô sentido nada por ela'".

Obra

A chuva cai lá fora (c/ Casquinha)
A saudade me traz
Amém (c/ Teresa Cristina)
Dancei
Deslize da vida (c/ Francisco Santana)
Dizem que o amor (c/ Chico Santana)
Gorjear das passarada (c/ Casquinha)
Lágrimas e tormentos
Lamento portelense
Mafuá de Iaiá (c/ Zeca Pagodinho e Serginho)
Meu sofrimento
Nuvem que passou
O samba
O sol (c/ Casquinha)
Que lugar! (c/ Maia e Bira do Cavaco)
Saia da casa dos outros (c/ Darcy Maravilha)
Solidão
Vou me embora pra bem longe

Discografia

(2002) Jair do Cavaquinho • Selo Phonomotor/EMI • CD
(2002) Argemiro do Patrocínio • Selo Phonomotor/EMI • CD
(2001) Casquinha da Portela • Lua Discos • CD
(2000) Tudo azul • Selo Phonomotor/EMI • CD
(2000) Doce recordação • Nikita Music • CD
(2000) Casa de samba 4 • Universal Music • CD
(1999) Velhas companheiras • Selo Sambinha • CD
(1995) Cilico + amigos = parceria • Niterói Discos • CD
(1994) Resgate • Cristina Buarque • CD
(1990) Homenagem a Paulo da Portela • Selo Tanaka • CD
(1988) Homenagem a Paulo da Portela • Selo Idéia Livre • LP
(1986) Doce recordação • Selo Sambinha • LP
(1981) Cristina • LP
(1981) Clara • EMI-Odeon • LP
(1980) Monarco e Velha-Guarda da Portela • Gravadora Eldorado • LP
(1974) Portela • Selo Marcus Pereira • LP
(1970) Portela, passado de glória • RGE • LP

Shows 

Marisa Monte e Teresa Cristina). Teatro Clara Nunes, RJ, (2002)
Show com a Velha-Guarda da Portela, Paulinho da Viola, Gilberto Gil e Canhoto da Paraíba no Festival Heineken Concerts. Palace de São Paulo, SP,
Tudo azul. Show com a Velha-Guarda da Portela e convidados (Paulinho da Viola, Cristina Buarque, Zeca Pagodinho e Marisa Monte. Canecão. RJ,
Tudo azul. Show com a Velha-Guarda da Portela e Marisa Monte, no Palace de São Paulo, SP,
Roda de Samba. (c/ Teresa Cristina e Grupo Semente). Sala Funarte Sidney Miller. RJ,
Homenagem a Walter Rosa. (c/ Paulinho da Viola, Monarco, Velha-Guarda da Portela, Délcio Carvalho, entre outros). Teatro João Caetano. RJ,
Teresa Cristina, Seu Jair do Cavaquinho, Argemiro Patrocínio e Grupo Semente. Centro Cultural Carioca, RJ.

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
MONTE, Carlos e VARGENS, João Baptista M. (Ilustrações Lan). A Velha Guarda da Portela. Rio de Janeiro: Editora Manati, 2001.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Aniceto (Portelenses de Outrora)


 

Aniceto da Portela

Aniceto José de Andrade
   * 12/8/1912 Rio de Janeiro, RJ 
+  7/7/1982 Rio de Janeiro, RJ

 Biografia

Cantor. Compositor. Nasceu em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Irmão dos também compositores da Portela Mijinha (Bonifácio Andrade) e Manacéa (Manacéa José de Andrade). Trabalhou como fundidor pela CEDAE (Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), por onde se aposentou. Ingressou na Ala de Compositores da Portela levado pelo amigo compositor Cláudio Bernardo, que integrava a ala.

Dados Artísticos

Começou a compor aos 16 anos de idade. Gravitando sempre em ambiente musical e da escola de samba Portela, em Madureira, fazendo parte da Ala de Compositores, teve seu samba "Desengano", gravado no LP "Portela, passado de glória", produzido por Paulinho da Viola em 1970 e lançado pela gravadora RGE, participando da gravação. Quase sempre esta composição é atribuída erradamente a Aniceto do Império. Seu samba "Sofre por errar" foi gravado pelo grupo Copacabana, integrado por Moacir Silva, entre outros.

No ano de 1988 "Desengano" foi regravada por Beth Carvalho no LP "Alma brasileira". 
Em 1994 Cristina Buarque lançou o CD "Resgate", originalmente gravado em 1990 para o mercado japonês, no qual interpretou de sua autoria "Eu perdi você".

No ano de 1997 o LP "Portela, passado de glória" foi relançado em CD pela gravadora RGE.

Em 2004 uma das principais pastoras da Portela, Surica, produzida por Paulão Sete Cordas, lançou o CD "Surica", seu primeiro disco solo. No CD foram incluídas de sua autoria as composições "Quem me ouvir cantar" e "Madrugada".

No ano de 2010 o grupo paulista Tuco & Batalhão de Sambistas gravou no CD "Peso é peso - Ao vivo" sua composição inédita "Ela chorou", incluída no pout-pourri "Homenagem aos irmão Andrade - Manacéa, Mijinha e Aniceto da Portela". A faixa contou com a participação especial da cantora Cristina Buarque.

No ano de 2012, foi montado o show "Homenagem Centenário - Aniceto José de Andrade, o Aniceto da Portela", no Núcleo dos Ferroviários, no bairro do Brás, na cidade de São Paulo, evento no qual suas composições mais conhecidas são "Desengano", "Eu perdi você", "Madrugada", "Quem me ouvir cantar" e "Sofre por errar" (Não há mais amor) foram lembradas, assim como outros menos conhecidos do grande público.

Obra

Desengano
Ela chorou
Eu perdi você
Louca
Madrugada
Quem me ouvir cantar
Sofre por errar (Não há mais amor) 
Discografia 
(1970) Portela, passado de glória • Gravadora RGE • LP

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
VARGENS, João Batista M., MONTE, Carlos. A Velha Guarda da Portela. Rio de Janeiro: Ed Manati, 2004.

domingo, 13 de novembro de 2016

Alvarenga (Portelenses de Outrora)

Alvarenga

Ernâni Alvarenga
* 10/6/1914 São Paulo, SP 
+ 1/1/1992 Rio de Janeiro, RJ


Biografia

Cantor. Compositor. Instrumentista. Nasceu no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos quatro anos. Inicalmente aprendeu cavaquinho e aos 13 anos já atuava em regional. Compôs sua primeira música aos 14 anos de idade. Ao lado de Paulo Benjamim de Oliveira (Paulo da Portela) foi um dos fundadores do Grêmio Recreatico e Escola de Samba Portela., que unificou os blocos Baianinhas, Quem nos faz é o capricho, Vai como pode e Bloco Conjunto de Oswaldo Cruz, sendo este último, o qual fazia parte. Tocava cavaquinho e quatro e cinco cordas. Aperfeiçoou-se em cavaquinho tendo aulas com Luperce Miranda. Pertenceu à Ala de Compositores da Portela. Atuou como integrante da Velha da Guarda da Portela tocando cavaquinho e cantando. Algum tempo depois, afastou-se da vida artística em decorrência de uma doença nas cordas vocais. Até falecer residia no subúbio de Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

Dados Artísticos

Em 1931, o bloco Vai Como Pode desfilou na Praça Onze com um samba de sua autoria: "Dinheiro não há". Este samba, mais tarde, ganhou uma segunda parte composta por Benedito Lacerda e posteriormente foi gravado por Leonel Faria com o nome de "Lá vem ela chorando (dinheiro não há)". 

No ano de 1937, convidado pelo diretor Paulo Leblon, transferiu-se para São Paulo indo se apresentar como cantor no programa Big Show América, da Rádio América. Voltou ao Rio de Janeiro e ingressou na Rádio Mayrink Veiga e posteriormente trabalhou na Rádio Guanabara. 

Em 1977 Beth Carvalho gravou "Lá vem ela chorando (dinheiro não há)" (Alvarenga e Benedito Lacerda). A mesma cantora interpretou também outra composição de sua autoria: "Salário mínimo". 

Em 2002 foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual há várias referências ao compositor. 

Em 2003 Vanessa da Mata incluiu no repertório de seu show no Espaço Arpoador uma composição de sua autoria: "Derramando lágrimas", em parceria com Délcio Carvalho. 

Obra 

Aumento de salário (c/ Paquito) 
Chegues a granel (c/ Paquito) 
Derramando lágrimas (c/ Délcio Carvalho) 
Dinheiro não há 
Lá vem ela chorando (c/ Benedito Lacerda) 
Salário mínimo 
Seu Aristeu (c/ Paquito) 

Bibliografia Crítica 

ARAÚJO, Hiram. Carnaval - Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000. 
COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002. 
MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha - 2ª edição, 1998.

domingo, 6 de novembro de 2016

Alvaiade (Portelenses de Outrora)

Alvaiade

Oswaldo dos Santos
 * 21/12/1913 Rio de Janeiro, RJ 
 + 23/6/1981 Rio de Janeiro, RJ

Biografia

Compositor. Cantor. Nasceu na Estrada do Portela, no bairro de Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio de Janeiro. Ficou órfão ao cinco anos. Começou a trabalhar como tipógrafo aos 13 anos. O apelido Alvaiade lhe foi dado por companheiros de futebol, atividade a que esteve ligado durante muito tempo, inclusive jogando pelo time da Portela. Atuou também na Associação Atlética Portuguesa. Um dos fundadores da UBC (União Brasileira de Compositores), tocava diversos instrumentos de percussão e cavaquinho. Em 1928, Paulo da Portela o convidou a integrar a Escola de Samba Vai Como Pode, que mais tarde se chamaria Portela. Integrou a Ala de Compositores da Portela. Desempenhava na escola de samba da Portela diversas funções, inclusive administrativas. Faleceu em 1981, sendo enterrado no Cemitério de Irajá.


Dados Artísticos

Em 1926 compôs seu primeiro choro, "O que vier eu traço", em parceria com Zé Maria, gravado posteriormente por Ademilde Fonseca. Naquela época, revelou suas qualidades de sambista e de orador habilidoso, sendo designado, na ausência de Paulo da Portela, a receber os convidados ilustres ou a representar a escola nas visitas a outros redutos.

Inicialmente, apresentava-se acompanhando outros compositores, tocando cavaquinho de centro. Mais tarde, passou a compor para a escola.

Em 1942, em parceria com Bibi, seu samba-enredo "A vida do samba" classificou a escola em 1º lugar. No ano seguinte, em parceria com Nílson, compôs o samba-enredo "Brasil, terra da liberdade", com o qual a Portela venceu o desfile daquele ano.

No ano de 1947, outra vez a Portela foi campeã com um samba de sua autoria, "Honra ao mérito" (c/ Ventura).

Participou de vários espetáculos no teatro Opinião do Rio de Janeiro na década de 1960, sempre tocando cavaquinho e cantando suas composições.

Foi o responsável pelo lançamento de diversos compositores, entre eles Manacéia, Walter Rosa, Candeia e Chico Santana.

Entre suas músicas mais conhecidas, destacam-se "Marinheiro de primeira viagem", lançada pela dupla Zé e Zilda, e gravada também por Jorge Veiga em 1961, "Embrulho que eu carrego" e "Banco de réu", as duas em parceria com Djalma Mafra.

Compôs com Chico Santana "Vida fidalga", samba incluído no LP da "Portela, passado de glória", de 1970.

Em 1981, Cristina Buarque o homenageou ao incluir em seu LP "Cristina", pela Ariola, a música "Vida de rainha" (c/ Monarco), gravada com a Velha-Guarda da Portela.

No ano de 1986, Katsunori Tanaka produziu para o mercado japonês o LP "Doce recordação - Velha-Guarda da Portela", disco no qual foi incluída de sua autoria a composição "Para o bem do nosso bem".

Em 2000 o disco "Doce recordação" foi relançado para o mercado brasiliero pela gravadora Nikita Music.

No ano de 2002 foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor faz várias referências ao compositor.

Entre suas intérpretes está Baby Consuelo, que regravou "O que vier eu taço" (c/ Zé Maria) fazendo sucesso no ano de 1981.

Obra

A vida do samba (c/ Bibi)
Baleiro
Banco de réu (c/ Djalma Mafra)
Brasil, terra da liberdade (c/ Nílson)
Deus me ajude (c/ Estandilau Silva e Humberto de Carvalho)
É mato (c/ Wilson Batista e Ary Monteriro)
Embrulho que eu carrego (c/ Djalma Mafra)
Eu chorei (c/ Alcides Loque)
Honra ao mérito (c/ Ventura)
Marinheiro de primeira viagem
O que vier eu traço (c/ Zé Maria)
Para o bem do nosso bem
Vida de rainha (c/ Monarco)
Vida fidalga (c/ Chico Santana)

Discografia

(1997) Portela, passado de glória • CD
(1970) Portela, passado de glória • RGE • LP

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
CABRAL, Sérgio. ABC de Sérgio Cabral - um desfile de craques da MPB. Rio de Janeiro: Editora Pasquim/Codecri, 1979.
COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002.
ISNARD & Candeia. Escola de Samba - árvore que esqueceu a raiz. Rio de Janeiro: Ed. Lidador/Seec-RJ, 1978.
MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da Música Brasileira - Erudita, Folclórica e Popular. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da Música Brasileira - Erudita, folclórica e popular. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha - 2ª edição, 1998.
MONTE, Carlos e VARGENS, João Baptista M. (Ilustrações Lan). A Velha Guarda da Portela. Rio de Janeiro: Editora Manati, 2001.
 



quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Alcides Malandro Histórico (Portelenses de Outrora)

 

PORTELENSES DE OUTRORA


Alcides Malandro Histórico
Alcides Dias Lopes
* 17/12/1909 - Rio de Janeiro, RJ
+ 09/11/1987 - Rio de Janeiro, RJ


Biografia
 
Cantor. Compositor. Pandeirista. Integrante da Velha-Guarda da Portela. Por sua voz afinada chegou ao cargo de Mestre de Canto da Portela. O apelido "Malandro Histórico" lhe foi dado por Natal da Portela, graças a sua memória e a facilidade de guardar letras e melodias, mesmo ao ouvir pela primeira vez, além de datas e fatos relacionados à Portela. Foi o primeiro compositor da Ala dos Compositores da Portela a reconhecer e incentivar o jovem Monarco de 17 anos, que acabara de ser integrado à escola e de quem tornou-se um dos parceiros mais assíduo.
 
Dados Artísticos
 
Em 1975 no disco "Vem quem tem" João Nogueira gravou "Amor de malandro", primeira parceria de Alcides com Monarco.
 
Em 1978 Candeia no LP "Axé" gravou uma das mais conhecidas composições de Alcides "Vivo isolado do mundo". A música fez tanto sucesso na época, que muitas emissoras de rádio creditavam a composição a Candeia.
 
No ano de 1979, João Nogueira gravou "Enganadora", outra composição da dupla Alcides e Monarco, no LP "Clube do Samba". No ano seguinte Beth Carvalho, no LP "Sentimento brasileiro", interpretou "Você pensa que eu me apaixonei" (Alcides Malandro Histórico e Monarco). 
 
No ano de 1986, Katsunori Tanaka produziu o LP "Doce recordação", para o Selo Office Sambinha, lançado somente para o mercado japonês, no qual foi incluída de sua autoria "Você não é tal mulher". 
 
Em 1989, no disco "Boêmio feliz", Zeca Pagodinho interpretou em dueto com Argemiro um pot-pourri de compositores da Portela, no qual foi incluída "Dona do meu coração", de Alcides Malandro Histórico. 
 
Em 1996, em uma homenagem póstuma a Candeia, Zeca Pagodinho e a Velha-Guarda da Portela, no disco "Deixa clarear", de Zeca Pagodinho, interpretaram "Vivo isolado do mundo", transformada em um dos maiores sucessos da carreira de Zeca Pagodinho. 
 
No ano 2000 Marquinhos de Oswaldo Cruz, Franco Cava e Anderson da Portela, interpretaram "Vivo isolado do mundo" no disco "Ala de Compositores da Portela". 
 
Em 2001, com produção de Henrique Cazes e Katsunori Tanaka, o parceiro Monarco, seu amigo e permanente divulgador, lançou o CD "Uma história do samba", disco somente para o mercado japonês, no qual foi regravada "Amor de malandro". Dois anos depois o disco foi lançado no Brasil pela gravadora Rob Digital. 
 
Em 2004, produzido por Paulão Sete Cordas, a pastora da Portela Surica, também conhecida como Tia Surica, gravou "Eu ainda tenho uma cama pra dormir", de sua autoria. 
 
Obra 
 
Amor de malandro (c/ Monarco)
Deixa meu nome em paz (c/ Monarco)
Enganadora (c/ Monarco)
Eu ainda tenho uma cama pra dormir
Olinda (c/ Jair do Cavaquinho)
Se conforme com o desprezo (c/ Monarco)
Vivo isolado do mundo
Você não é tal mulher 
 
Bibliografia Crítica
 
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 3ª ed. EAS Editora, 2014.