Marçal
Nilton Delfino Marçal
* 1930 Rio de Janeiro, RJ
+ 9/4/1994 Rio de Janeiro, RJ
Biografia
Cantor. Instrumentista. Ritmista. Mestre de Bateria. Filho do compositor Armando Marçal. Pai do também percussionista Marçalzinho.
Dados Artísticos
Cantor. Instrumentista. Ritmista. Mestre de Bateria. Filho do compositor Armando Marçal. Pai do também percussionista Marçalzinho.
Dados Artísticos
Iniciou a carreira artística aos nove anos de idade tocando tamborim na escola de Samba Recreio de Ramos, da qual seu pai, Armando Marçal, era presidente. Pouco depois, ingressou na Escola de Samba Unidos da Capela, e, posteriormente, no Império Serrano. Em seguida, foi para a Portela onde ficou por mais de 20 anos tendo assumido o posto de Mestre de Bateria daquela agremiação. Realizou gravações como instrumentista e também como cantor.
Em 1971, integrou uma verdadeira seleção de instrumentistas brasileiros que incluiu, sob o título de Os Chorões, os instrumentistas Abel Ferreira, Altamiro Carrilho, José Menezes, Juquinha, Luna, Netinho "Clarinete", Radamés Gnattali, Raul de Barros, Tião Marinho e Zé Bodega, que, sob o comando do maestro Nelsinho, gravaram, pela Odeon, o LP "Chorinhos da Pesada", no qual foram interpretados os choros " Pé na Tábua", de Altamiro Carrilho; "Bate Papo", de Radamés Gnattali; "Na Glória", de Raul de Barros e Ari dos Santos; "Doce Melodia", de Abel Ferreira; "Linda Érika", de Luiz Americano; "Peguei a Reta", de Porfírio Costa; "Bem-Te-Vi Atrevido", de Lina Pesce; "Teclas Pretas", de Pascoal Barros; "Chorinho de Gafieira", de Astor Silva; "Sonoroso", de K-Ximbinho e Del Loro; "Haroldo no Choro", de Abel Ferreira, e "Limoeiro do Norte", de Porfírio Costa. Em 1973, gravou seu primeiro trabalho solo, um compacto duplo, pela Odeon, interpretando os sambas "Meu Sofrer" e "Se Ela Não Vai Chorar Nem Eu", de Alcebíades Barcelos "Bide" e Armando "Marçal"; "Voltei", de Wilson Bombeiro e Anézio, e "Menino do Morro", de Guga, Cosme e Damião.
Em 1971, integrou uma verdadeira seleção de instrumentistas brasileiros que incluiu, sob o título de Os Chorões, os instrumentistas Abel Ferreira, Altamiro Carrilho, José Menezes, Juquinha, Luna, Netinho "Clarinete", Radamés Gnattali, Raul de Barros, Tião Marinho e Zé Bodega, que, sob o comando do maestro Nelsinho, gravaram, pela Odeon, o LP "Chorinhos da Pesada", no qual foram interpretados os choros " Pé na Tábua", de Altamiro Carrilho; "Bate Papo", de Radamés Gnattali; "Na Glória", de Raul de Barros e Ari dos Santos; "Doce Melodia", de Abel Ferreira; "Linda Érika", de Luiz Americano; "Peguei a Reta", de Porfírio Costa; "Bem-Te-Vi Atrevido", de Lina Pesce; "Teclas Pretas", de Pascoal Barros; "Chorinho de Gafieira", de Astor Silva; "Sonoroso", de K-Ximbinho e Del Loro; "Haroldo no Choro", de Abel Ferreira, e "Limoeiro do Norte", de Porfírio Costa. Em 1973, gravou seu primeiro trabalho solo, um compacto duplo, pela Odeon, interpretando os sambas "Meu Sofrer" e "Se Ela Não Vai Chorar Nem Eu", de Alcebíades Barcelos "Bide" e Armando "Marçal"; "Voltei", de Wilson Bombeiro e Anézio, e "Menino do Morro", de Guga, Cosme e Damião.
Em 1974, participou do LP "A Música de Donga", lançado pelo selo Marcus Pereira, no qual, ao lado da cantora Leci Brandão interpretou o samba "Seu Mané Luiz", de Donga e Cícero De Almeida, o "Baiano".
Em 1975, participou do LP da Portela, na série "História das Escolas de Samba", lançada pelo selo Marcus Pereira, interpretando com a bateria da Escola de Samba Portela o samba-enredo "Macunaíma (Heróis de Nossa Gente)", de David Correia e Norival Reis.
Em 1976, juntamente com os instrumentistas Eliseu, Luna, Dotô, Marçalzinho e Toninho, integrou o Conjunto Os Baluartes, que gravou, pelo selo Okeh/CBS, o LP "Nira Gongo", com a interpretação das músicas "Por Favor", de J. Ananias de Marcelos e José Bispo, o ''Jamelão''; "Sai Encosto", de J. Canseira e Marimbondo; "Nira Gongo", composição coletiva do grupo Os Baluartes; "Quando Eu Me Lembro", de Hélio Nascimento; "Andarilho", de Padeirinho; "Não É Não É", de W. Rosa e Redvaldo; "Ausência de Paz", de Pequeno Tony e Gugu; "Tiradentes", de Mano Décio da Viola, Penteado e Estanislau Silva; "Samba do Trabalhador" e "Chegou Mais Um", de Darcy da Mangueira; "Conflito", de Pedro Santos, e "A Nova Mangueira", de Padeirinho.
Em 1978, gravou seu primeiro LP solo, "Marçal Interpreta Bide e Marçal", lançado pela EMI-Odeon, no qual interpretou os sambas "Agora É Cinza"; "Meu Primeiro Amor"; "A Primeira Vez"; "A Carta"; "Barão das Cabrochas"; "Que Bate Fundo É Esse", "Tua Beleza"; "Não Diga a Minha Residência"; "Foi Você"; "Tu Não Sabes Mais o Que Há de Querer"; "Velho Estácio"; "Sorrir"; "Louca Pela Boemia"; "Nunca Mais"; "Meu Sofrer"; "Violão Amigo"; "Se Ela Não Vai Chorar Nem Eu"; "Madalena"; "Olha a Sua Vida" e "Você Foi Embora", todos da dupla Alcebíades Barcelos "Bide" e Armando "Marçal". Um detalhe deste disco é que ele contou com a participação especial no coro dos seguintes artistas: Chico Buarque, Clara Nunes, Cristina Buarque, Dona Ivone Lara, Élton Medeiros, Gisa Nogueira, Gonzaguinha, João Nogueira, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Miúcha, Nosso Samba, Paulinho da Viola, Paulo César Pinheiro e Roberto Ribeiro.
Em 1979, participou do fascículo "Nova História da Música Popular Brasileira - Bide/ Marçal e o Estácio", lançado pela Abril Cultural, interpretando o samba "Barão das Cabrochas", de Alcebíades Barcelos "Bide" e Armando "Marçal".
Em 1980, gravou o samba " Acabou a Sopa", de Geraldo Pereira e Augusto Garcez, para o LP "Geraldo Pereira - Evocação V", do selo Eldorado. Nesse ano, por desentendimentos com o presidente, deixou a Escola de Samba Portela. Passou alguns meses na Viradouro e desfilou pela Mangueira. Em 1982, foi escolhido como "Cidadão Samba".
Em 1984, sua interpretação para o samba "Barão das Cabrochas", de Alcebíades Barcelos "Bide" e Armando "Marçal", foi incluída no fascículo "História da Música Popular Brasileira - Séria Grandes Compositores - Bide / Marçal / Paulo da Portela", da Abril Cultural.
Em 1985, lançou pela Barclay/Ariola, seu segundo LP solo, intitulado "Recompensa" no qual interpretou os sambas "É Lá Que Moro", de Joel Silva e Sergio Fernandes, e "Como Era Verde o Meu Xingú", de Dico da Viola, Paulinho Mocidade, Tiãozinho da Mocidade e Adil, Samba-enredo de 1983 da Mocidade Independente, ambos com a participação da Bateria da Portela; "Outra Alegria", de Délcio Carvalho e Alceu Maia; "A Janela do Coração", de Dida e Dedé da Portela; "Ando na Orgia", de Alcebíades Barcelos "Bide" e Armando "Marçal"; "Samba do Avião", de Tom Jobim; "Peço A Deus", de Dida e Dedé da Portela, com participação especial de Caetano Veloso; "Recompensa", de Jorge Aragão e Jotabê, e "O Bicho Vai Pegar", faixa instrumental de sua autoria.
Em 1986, gravou o LP "Senti Firmeza" interpretando os sambas "Contos de Areia", de Dedé da Portela e Norival Reis, samba-enredo da Portela de 1984; "Canto Sublime", de Adilson Bispo e Zé Roberto; "Aos Novos Compositores"; de Arlindo Cruz, Chiquinho e Acyr Marques; "Não Faz Assim", de Arlindo Cruz, Franco e Luiz Carlos da Vila; "Gamação", de Candeia; "Solidão Tem Cura", de Arlindo Cruz, Franco e Sombrinha; "Facho de Esperança", de Sereno, Julinho e Moysés Sant'Anna; "Nega Cascavel", de Arlindo Cruz e Franco; "Que Caia Sobre Mim (Juro)", de Nelson Cavaquinho e Amado Régis; "O Que Houve Entre Nós", de Arlindo Cruz e Sombrinha, e "Agora É Tarde", de Mauro do Cavaco, Cabelo Branco e Argemiro da Portela. No mesmo ano, sua interpretação para o samba "Facho de Esperança", de Sereno, Julinho e Moysés Sant'Anna, foi incluída na trilha sonora da novela "Roda de Fogo", da Rede Globo, lançada pela Som Livre.
Transferiu-se em seguida para a gravadora Polydor, e lançou, em 1987, o LP "Sem Meu Tamborim Não Vou" com os sambas "Canto Forte", de Ronaldo Camargo, Vaguinho e Preto Jóia; "Sem Meu Tamborim Não Vou", de Armando "Marçal" e J. Portela; "Ouço Uma Voz", de Candeia e Nelson Amorim; "Inconsequência", de Franco e Paulinho Mocidade; "Só Você", de Arnô Canegal e Ari Monteiro; "Olha Amor", de Moysés Sant'Anna e Julinho; "Os Malês", de Adalto Magalha e Wilson Moreira; "Me Mata de Amor", de Franco e Paulinho Mocidade, faixa que contou com a participação do cantor e compositor Paulinho Mocidade; "Arte de Perdoar", de Almir Guineto, Adalto Magalha e Adilson Gavião, "Vaidade Pra Quê", de Arlindo Cruz e Franco, e "Palco", de Efson e Nei Lopes.
Em 1988, lançou o LP "A Incrível Bateria do Mestre Marçal" no qual interpretou o samba "A Incrível Bateria", parceira sua com Durval Ferreira, e os sambas-enredo, todos eles clásicos, "Festa Para Um Rei Negro", de Zuzuca (Salgueiro - 1971); "O Mundo Melhor de Pixinguinha (Pizindin)", de Jair Amorim, Evaldo Gouveia e Velha (Portela - 1974); "Os Sertões", de Edeor de Paula (Em Cima da Hora - 1976); "Contos de Areia", de Dedé da Portela e Norival Reis (Portela - 1984); "Ilu Ayê Terra da Vida", de Cabana e Norival Reis (Portela - 1972); "No Reino da Mãe do Ouro", de Tolito e Rubens da Mangueira (Mangueira - 1976), e "Bum Bum Paticumbum Prugurundum" de Beto Sem Braço e Aloísio Machado (Império Serrano - 1982). No mesmo ano, participou do LP "15 Anos de Carreira", do cantor e compositor Carlinhos Vergueiro, lançado pelo selo Idéia Livre, com um retrospecto da carreira de Vergueiro em diferentes duetos. Neste LP, interpretou com Carlinhos Vergueiro o samba "Torresmo À Milanesa", parceria de Adoniran Barbosa e Carlinhos Vergueiro.
Em 1989, pela BMG-Ariola, lançou o LP "Pela Sombra" no qual interpretou os sambas "Juntar as Mágoas", de Sereno e Mauro Diniz; "Desalento", de Chico Buarque e Vinicius de Moraes, faixa que contou com a participação de Chico Buarque; "Pela Sombra", de Nei Lopes e Nelson Sargento; "Até de Avião", de Arlindo Cruz, Acyr Marques e Luiz Carlos da Vila; "Mocotó Com Pimenta", de Geraldo Babão e Zardino; "Imagens Poéticas de Jorge Lima", samba-enredo da Mangueira, de 1975, de Tolito, Mosar e Delson; "Impossível Recomeçar", de Anézio, Vera Lúcia e Wilson Bombeiro, que contou com a participação de Alcione; "Quem Dera", de Zeca Pagodinho; "Povo de Aruanda", de Cezinha do Pagode, Maurição e Wagner Bastos; "Fiz o Que Pude", de Geraldo Babão, e "Não Diga a Minha Residência", de Alcebíades Barcelos, o "Bide" e Armando "Marçal", além do ''Pot-pourri de Pagodes'', com "Sofrimento", de Chimbica; "O Remorso Me Condena", de Monarco e Ratinho; "Menino do Morro", de Guga, Cosme e Damião, e "Saudade Colorida", de Silvinho do Pandeiro. No mesmo ano participou de duas coletâneas da gravadora Som Livre. A primeira foi o LP "Cais", com diferentes artistas, alguns em duetos, fizeram interpretações da obra do compositor Ronaldo Bôscoli, especialmente para este disco. Interpretou então, com Chico Buarque, "Circo Marimbondo", de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos. A outra participação foi no LP com a trilha sonora da novela "Pacto de Sangue", da Rede Globo, que incluiu sua interpretação para o samba "Desalento", de Chico Buarque e Vinicius de Moraes, feita em dueto com Chico Buarque. Ainda em 1989, participou do "Projeto Brahma Extra - Grandes Músicos", uma produçaõ independente que reuniu diferentes artistas e no qual, cantando com Alceu Maia e Manoel da Conceição, gravou o samba "Vê Se Gostas". Nesse ano, tocou cuíca nas gravações do LP "Okolofé", de Wilson Moreira, com produção executiva do japonês Katsunori Tanaka, sendo lançado no Japão em 1991. No ano 2000 o mesmo disco foi lançado no Brasil. Também cantou o samba "Abrolhos Da Vida", de Wilson Moreira e Ratinho.
Em 1989, pela BMG-Ariola, lançou o LP "Pela Sombra" no qual interpretou os sambas "Juntar as Mágoas", de Sereno e Mauro Diniz; "Desalento", de Chico Buarque e Vinicius de Moraes, faixa que contou com a participação de Chico Buarque; "Pela Sombra", de Nei Lopes e Nelson Sargento; "Até de Avião", de Arlindo Cruz, Acyr Marques e Luiz Carlos da Vila; "Mocotó Com Pimenta", de Geraldo Babão e Zardino; "Imagens Poéticas de Jorge Lima", samba-enredo da Mangueira, de 1975, de Tolito, Mosar e Delson; "Impossível Recomeçar", de Anézio, Vera Lúcia e Wilson Bombeiro, que contou com a participação de Alcione; "Quem Dera", de Zeca Pagodinho; "Povo de Aruanda", de Cezinha do Pagode, Maurição e Wagner Bastos; "Fiz o Que Pude", de Geraldo Babão, e "Não Diga a Minha Residência", de Alcebíades Barcelos, o "Bide" e Armando "Marçal", além do ''Pot-pourri de Pagodes'', com "Sofrimento", de Chimbica; "O Remorso Me Condena", de Monarco e Ratinho; "Menino do Morro", de Guga, Cosme e Damião, e "Saudade Colorida", de Silvinho do Pandeiro. No mesmo ano participou de duas coletâneas da gravadora Som Livre. A primeira foi o LP "Cais", com diferentes artistas, alguns em duetos, fizeram interpretações da obra do compositor Ronaldo Bôscoli, especialmente para este disco. Interpretou então, com Chico Buarque, "Circo Marimbondo", de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos. A outra participação foi no LP com a trilha sonora da novela "Pacto de Sangue", da Rede Globo, que incluiu sua interpretação para o samba "Desalento", de Chico Buarque e Vinicius de Moraes, feita em dueto com Chico Buarque. Ainda em 1989, participou do "Projeto Brahma Extra - Grandes Músicos", uma produçaõ independente que reuniu diferentes artistas e no qual, cantando com Alceu Maia e Manoel da Conceição, gravou o samba "Vê Se Gostas". Nesse ano, tocou cuíca nas gravações do LP "Okolofé", de Wilson Moreira, com produção executiva do japonês Katsunori Tanaka, sendo lançado no Japão em 1991. No ano 2000 o mesmo disco foi lançado no Brasil. Também cantou o samba "Abrolhos Da Vida", de Wilson Moreira e Ratinho.
Em 1990, participou de quatro LPs, com diferentes artistas e em diversificadas gravadoras. Foram eles: "Ao Vivo Paris - Le Zenith", que o cantor e compositor Chico Buarque lançou pela BMG-Ariola. Neste disco, além de tocar percussão, interpretou com Chico Buarque o samba " Sem Compromisso", de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro. Na gravadora CID, participou do LP "Brasilidade - Noca Da Portela e Roberto Serrão", interpretando o samba "Dupla Genial", de Monarco e Délcio Carvalho. Na gravadora EMI-Odeon participou do LP "Tem Que Arrebentar!", gravado pelo cantor Júnior, interpretado o samba "Amigo É Pra Essas Coisas", de Silvio da Silva Júnior e Aldir Blanc. Finalmente, sua gravação para o samba "Dona Invocada", de Moacyr Luz e Aldir Blanc, incluída na trilha sonora da novela "Mico Preto", da TV Globo. Ainda em 1990, lançou pela BMG-Ariola o LP "Entre Amigos" cantando os sambas "Dona Invocada", de Moacyr Luz e Aldir Blanc; "Três Palavras", de Mauro Diniz e Mestre Marçal; "Perdão e Paz", de Sereno e Sérgio Fonseca; "Canto Pra Não Ver Você Chorar", de Mauro Diniz e Ratinho; "Leviana", de Zé Keti; "O Meu Amor Tem Preço", de Dona Ivone Lara; "Contentamento", de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro; "Olhando-me no Espelho", de Adilson Magrinho; "Doce Mistura", de Sereno e João do Cavaco; "Bainha de Punhal", de Romildo Bastos e Sérgio Fonseca; "Vara de Marmelo", de Romildo e Paulinho Resende; "Amor Não É Brinquedo", de Candeia e Martinho da Vila, e "Temporal", de Pinga e Pedro Butina.
Em 1991, participou do LP "Nada Além", um tributo ao compositor Mário Lago, em gravações exclusivas. Lançado pela Som Livre, interpretou o samba "Atire A Primeira Pedra", de Ataulfo Alves e Mário Lago, e, em coro com Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara, Élton Medeiros, Mário Lago e Neguinho da Beija-Flor, a marcha carnavalesca "Aurora", de Roberto Roberti e Mário Lago.
Em 1993, suas gravações para os sambas "Tua Beleza" e "Não Diga a Minha Residência", ambos de Alcebíades Barcelos, o "Bide", e Armando "Marçal", foram incluídos na coletânea "Rio By Night", da EMI-Odeon. No mesmo ano, cantando em coro com Alcione, Beth Carvalho e Pery Ribeiro, em montagem com a voz de Herivelto Martins, participou da gravação dos sambas "Mangueira, Não", de Herivelto Martins e Grande Otelo; "Saudosa Mangueira", de Herivelto Martins, e " Lá Em Mangueira", de Herivelto Martins e Heitor dos Prazeres. Também em 1993, lançaria aquele que seria seu último trabalho, o LP "Sambas-Enredo de Todos os Tempos", pela gravadora Velas, no qual interpretou quinze sambas-enredo clássicos: "Lendas E Mistérios da Amazônia", de Catoni, Jabolô e Valtenir, (Portela - 1970); "Tiradentes",de Mano Décio da Viola, Penteado e Estanislau Silva, (Império Serrano - 1949); "A Festa do Divino", de Tatu, Nezinho e Campo, (Mocidade Independente - 1974); "Os Sertões", de Edeor de Paula (Em Cima da Hora - 1976); "Heróis da Liberdade", de Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manoel Ferreira, (Império Serrano - 1969); "Seca do Nordeste", de Waldir de Oliveira e Gilberto de Andrade, (Tupi de Brás de Pina - 1961); "Iaiá do Cais Dourado", de Martinho da Vila e Rodolpho, (Unidos de Vila Isabel - 1969); "Os Cinco Bailes da História do Rio", de Silas de Oliveira, Dona Ivone Lara e Bacalhau, (Império Serrano - 1965); "O Mundo Encantado de Monteiro Lobato", de Darcy da Mangueira, Batista da Mangueira e Luis, (Mangueira - 1968); "Sublime Pergaminho", de Carlinhos Madrugada, Zeca Melodia e Nilton Russo, (Unidos de Lucas - 1968); "Ilu Ayê Terra da Vida", de Cabana e Norival Reis, (Portela - 1972); "Aquarela Brasileira", de Silas de Oliveira, (Império Serrano - 1964); "Chica da Silva", de Anescar do Salgueiro e Noel Rosa de Oliveira, (Salgueiro - 1963); "O Grande Presidente", de Padeirinho, (Mangueira - 1956), e "Liberdade Liberdade Abra as Asas Sobre Nós", de Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir, (Imperatriz Leopoldinense - 1989). Atuou como comentarista dos desfiles de Escolas de Samba, pela Rede Manchete. Considerado um dos maiores mestres de bateria de todos os tempos, era quase uma unanimidade entre os músicos. Faleceu precocemente aos 64 anos de idade.
Obra
- A Incrível Bateria - com Durval Ferreira
- O Bicho Vai Pegar
Discografia
(1993) Sambas-Enredo de Todos os Tempos • Velas • LP
(1990) Entre Amigos • BMG • LP
(1989) Pela Sombra • BMG-Ariola • LP
(1988) A Incrível Bateria do Mestre Marçal • Polydor • LP
(1987) Sem Meu Tamborim Não Vou • Polydor • LP
(1986) Senti Firmeza • Barclay/Ariola • LP
(1985) Recompensa • Barclay/Ariola • LP
(1978) Marçal Interpreta Bide e Marçal • EMI-Odeon • LP
(1976) Conjunto Os Baluartes - Participação - • Okeh/CBS • LP
(1973) Meu Sofrer/Voltei/Menino do Morro/Se Ela Não Vai Chorar Nem Eu • Odeon • Compacto Duplo
(1971) Os Chorões - Chorinhos da Pesada - Participação - • Odeon • LP
Crítica
Mestre Marçal: Glória e Memória do Samba Na mesma década em que ainda era perseguido pela polícia, o samba, síntese, talvez, da musicalidade negra no Brasil, tornava-se música nacional. A contribuição do samba na construção do que hoje em dia se conceitua como "música popular brasileira" é inestimável. Apesar disso, ainda hoje, meados da segunda década do século XXI, a memória da música popular, em que pese seu avanço substancial nas últimas décadas, ainda não contempla devidamente aqueles pioneiros, em especial os artistas negros, que continuam, de modo geral, principalmente ao se observar sua contribuição musical, contemplados com notas de roda pé. Quantos mestres e bambas jazem na poeira do esquecimento? É o que acontece, incrivelmente, com o Mestre Marçal. Foi Diretor de bateria da Escola de Samba Portela durante vinte e cinco anos. Seu trabalho à frente da Escola de Samba azul e branco de Madureira foi uma síntese entre a tradição herdada de seu pai, Armando Marçal, um dos formatadores do samba, tal qual este seria reconhecido a partir dos anos 1930, e integrante do grupo de fundadores da Escola de Samba Deixa Falar, para muitos, a primeira escola de samba a ser criada. Mestre Marçal deu seguimento a essa herança, atuando à frente da bateria da Portela. Multiinstrumentista, dominava os segredos de todos os instrumentos de percussão. Aos 9 anos de idade, começou a participar ativamente do mundo do samba, tocando tamborim na Escola de Samba Recreio de Ramos, da qual seu pai era vice- presidente. Em data imprecisa, possivelmente após a morte do pai, em 1945, passou pela Escola de Samba Unidos da Capela, e, posteriormente, pelo Império Serrano, até fixar-se na Portela. Seu instrumento preferido era o surdo centrador, elemento central da sessão rítmica.
Em 1987, gravou o LP "A Incrível Bateria de Mestre Marçal", no qual apresentou um por um e depois todos juntos, os instrumentos que compões a bateria de uma Escola de Samba, além de interpretar 7 sambas-enredo que se tornaram clássicos. Mestre Marçal fez também a difícil ponte entre o samba em suas mais profundas raízes e a chamada MPB, linha da música popular brasileira formada e consolidada na virada das décadas de 1960 e 1970. Tocou com quase todos os grandes astros: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, e outros. Gravou diferentes discos nos quais cantava e estava à frente de sua "Incrível bateria"; também registrou diversos sambas-enredo clássicos, ao quais deu sua interpretação privilegiada, seja na força de sua voz, ou na cadência de sua bateria. Vinte e um anos depois de sua morte, já quase não se fala em Mestre Marçal e seus discos não foram reeditados. Para ter acesso a suas gravações é preciso uma atenta e dedicada pesquisa. Quando, na verdade, seus discos deveriam estar sendo tocados constantemente em emissoras de Rádio e Televisão, e seu nome reverenciado a cada carnaval, assim como os nomes de tantos outros sambistas relegados ao esquecimento. Mestre Marçal é uma lenda a ser contada e recontada por todos até o dia em que sua obra brilhe e seja cultuada na intensidade que merece. Paulo Luna - Pesquisador/Professor de História.
Obra
- A Incrível Bateria - com Durval Ferreira
- O Bicho Vai Pegar
Discografia
(1993) Sambas-Enredo de Todos os Tempos • Velas • LP
(1990) Entre Amigos • BMG • LP
(1989) Pela Sombra • BMG-Ariola • LP
(1988) A Incrível Bateria do Mestre Marçal • Polydor • LP
(1987) Sem Meu Tamborim Não Vou • Polydor • LP
(1986) Senti Firmeza • Barclay/Ariola • LP
(1985) Recompensa • Barclay/Ariola • LP
(1978) Marçal Interpreta Bide e Marçal • EMI-Odeon • LP
(1976) Conjunto Os Baluartes - Participação - • Okeh/CBS • LP
(1973) Meu Sofrer/Voltei/Menino do Morro/Se Ela Não Vai Chorar Nem Eu • Odeon • Compacto Duplo
(1971) Os Chorões - Chorinhos da Pesada - Participação - • Odeon • LP
Crítica
Mestre Marçal: Glória e Memória do Samba Na mesma década em que ainda era perseguido pela polícia, o samba, síntese, talvez, da musicalidade negra no Brasil, tornava-se música nacional. A contribuição do samba na construção do que hoje em dia se conceitua como "música popular brasileira" é inestimável. Apesar disso, ainda hoje, meados da segunda década do século XXI, a memória da música popular, em que pese seu avanço substancial nas últimas décadas, ainda não contempla devidamente aqueles pioneiros, em especial os artistas negros, que continuam, de modo geral, principalmente ao se observar sua contribuição musical, contemplados com notas de roda pé. Quantos mestres e bambas jazem na poeira do esquecimento? É o que acontece, incrivelmente, com o Mestre Marçal. Foi Diretor de bateria da Escola de Samba Portela durante vinte e cinco anos. Seu trabalho à frente da Escola de Samba azul e branco de Madureira foi uma síntese entre a tradição herdada de seu pai, Armando Marçal, um dos formatadores do samba, tal qual este seria reconhecido a partir dos anos 1930, e integrante do grupo de fundadores da Escola de Samba Deixa Falar, para muitos, a primeira escola de samba a ser criada. Mestre Marçal deu seguimento a essa herança, atuando à frente da bateria da Portela. Multiinstrumentista, dominava os segredos de todos os instrumentos de percussão. Aos 9 anos de idade, começou a participar ativamente do mundo do samba, tocando tamborim na Escola de Samba Recreio de Ramos, da qual seu pai era vice- presidente. Em data imprecisa, possivelmente após a morte do pai, em 1945, passou pela Escola de Samba Unidos da Capela, e, posteriormente, pelo Império Serrano, até fixar-se na Portela. Seu instrumento preferido era o surdo centrador, elemento central da sessão rítmica.
Em 1987, gravou o LP "A Incrível Bateria de Mestre Marçal", no qual apresentou um por um e depois todos juntos, os instrumentos que compões a bateria de uma Escola de Samba, além de interpretar 7 sambas-enredo que se tornaram clássicos. Mestre Marçal fez também a difícil ponte entre o samba em suas mais profundas raízes e a chamada MPB, linha da música popular brasileira formada e consolidada na virada das décadas de 1960 e 1970. Tocou com quase todos os grandes astros: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, e outros. Gravou diferentes discos nos quais cantava e estava à frente de sua "Incrível bateria"; também registrou diversos sambas-enredo clássicos, ao quais deu sua interpretação privilegiada, seja na força de sua voz, ou na cadência de sua bateria. Vinte e um anos depois de sua morte, já quase não se fala em Mestre Marçal e seus discos não foram reeditados. Para ter acesso a suas gravações é preciso uma atenta e dedicada pesquisa. Quando, na verdade, seus discos deveriam estar sendo tocados constantemente em emissoras de Rádio e Televisão, e seu nome reverenciado a cada carnaval, assim como os nomes de tantos outros sambistas relegados ao esquecimento. Mestre Marçal é uma lenda a ser contada e recontada por todos até o dia em que sua obra brilhe e seja cultuada na intensidade que merece. Paulo Luna - Pesquisador/Professor de História.