quarta-feira, 25 de abril de 2012

Hildemar Diniz


Hildemar Diniz, ou simplesmente Monarco, é hoje um ícone em se tratando do verdadeiro Samba Brasileiro!

Correr com os pés descalços na terra dos laranjais e caçar passarinhos são algumas das melhores recordações do cantor e compositor Hildemar Diniz, o Monarco, dos tempos em que viveu em Nova Iguaçu.

O bamba portelense, hoje com 78 anos, nasceu em Cavalcante, bairro da Zona Norte do Rio, mas, aos 2 anos, foi morar em Nova Iguaçu, onde permaneceu até os 13.

— Eu tinha uns 6 anos quando ganhei do Noca (um amiguinho), o apelido de “Monaco”. Ele estava lendo uma revista em quadrinhos, quando pronunciou esse nome. Não lembro se a palavra era “Mônaco”, mas ele falou “monaco”. Eu comecei a rir. Então ele perguntou: “- Tá rindo de quê, seu Monaco?”. O “r” só veio depois, quando eu já morava em Oswaldo Cruz. Em casa, abreviaram para “Naco”.

— Eu devia ter 7 anos quando criei meu primeiro samba. Nessa época, eu andava com dois amigos, o Luiz e o Sabu, e me deu um negócio na cabeça de Liga da Defesa Nacional. Nem sabia o que era isso, mas aí eu fiz: “A Liga da Defesa Nacional vai contratar o crioulinho e o Sabu, para cantar lá no Rio Grande do Sul. Também vai contratar Monaco e Luiz, a garotada vai pedir bis — relembra.

Agora, Monarco quer completar essa melodia:

— Meu filho vai fazer os arranjos e vou gravá-lo, porque esse é que foi o início. Depois, fui morar em Oswaldo Cruz, onde me aperfeiçoei com os bambas da Portela — argumenta.

Saudade da infância na Baixada.

Nem sempre a vida de Monarco foi fácil. Apesar das boas recordações dos banhos nas cachoeiras e no rio da Posse, e do futebol no campo da Light, ele lembra que eram tempos difíceis:

— Minha mãe trabalhava em um barracão, lavando laranjas das 7h às 17h. Separada do meu pai, ela criou seis filhos. Para ajudar nas despesas, eu enchia um carrinho com mangas e ia vender na feira de Nova Iguaçu.

Temente a Deus, o sambista acredita que tudo tem um propósito. Ele diz que sua missão na Portela — e na vida — é a de manter o samba verdadeiro e puro. Ele reverencia o amigo Zeca Pagodinho:
— O Zeca podia gravar sozinho, mas divide o disco com os amigos e todo mundo ganha.

Morando no Riachuelo, na Zona Norte, ele sonha em comprar uma casa em Nova Iguaçu para passar os finais de semana e matar as saudades dos velhos amigos.

Isto é só um pouco deste maravilhoso Compositor Portelense!

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