segunda-feira, 24 de abril de 2017

Silvinho da PORTELA (Portelenses de Outrora)

 

Silvinho da PORTELA

Sílvio Pereira da Silva
* 1935 Rio de Janeiro, RJ
+ 8/2/2001 Rio de Janeiro, RJ

Biografia
 
Cantor. Compositor.
 
Também assinou em alguns discos somente Silvinho, sendo conhecido ainda como Silvinho do Pandeiro. Com apenas 16 anos desfilava pela Portela. Durante 17 anos foi o puxador oficial da Portela, da qual foi integrante da Ala de Compositores.
 
Fez parte do Bloco Carnavalesco Boêmios de Irajá, no qual atuava como ritimista e compositor. Também integrou a Ala de Compositores da Unidos da Viradouro, em Niterói.
 
Faleceu às vésperas do carnaval de 2001, em decorrência de um câncer na próstata. Foi sepultado no Cemitério de Inhaúma, subúrbio do Rio de Janeiro.
 
Dados Artísticos
 
Ao lado dos ritmistas Elizeu e Jorginho Pessanha, fez parte da Delegação Brasileira que se apresentou no "1º Festival de Arte Negra", em Dakar, no Senegal, em 1966. Na ocasião, integrou o grupo de músicos que acompanhava Clementina de Jesus, Elton Medeiros, Ataulfo Alves, Heitor dos Prazeres e Paulinho da Viola, entre outros.
 
Em 1973, ao lado de Martinho da Vila, Darcy da Mangueira, Noel Rosa de Oliveira e Walter Rosa, participou do disco "A voz do samba", no qual interpretou de sua autoria "Amor de raiz" (c/ Jorge Barbosa) e "Escrevi" (c/ Jorge José), além de "Caso de amor", de autoria de Luiz Carlos e Miro.
 
Em 1975 "Macunaíma, herói da nossa gente" (Norival Reis e Davi Antônio Correia), com sua interpretação deu à escola o 5º lugar do Grupo 1.
 
No ano de 1978, gravou seu único disco solo, "Silvinho e suas cabrochas".
 
Em 1982, Neguinho da Beija-Flor, no disco "É melhor sorrir", pela gravadora Top Tape, interpretou de sua autoria "Um grande amor se acaba" (c/ Xavier e Onofre do Catete).
 
Como puxador da Portela, conquistou três estandartes de ouro, um deles em 1983, com o samba-enredo "A ressurreição da coroa, reisado, reino e reinado" e que conseguiu o 3º lugar do Grupo 1 para a Escola.
 
No ano de 1999, participou de um show coletivo na casa noturna Rio Sampa, em Nova Iguaçu. 
 
No ano de 2001, pouco antes de falecer, participou da escolha do samba-enredo para o carnaval daquele ano, concorrendo com um samba de sua autoria. 
 
Entre os sambas-enredos que interpretou, marcando época não só na Portela, mas na MPB como um todo, destacam-se "Lapa em três tempos" (Ary do Cavaco e Rubens Alves de Sousa), com o qual a escola se classificou em 2º lugar do Grupo 1, em 1971. No ano seguinte, a Portela classificou-se em 3º lugar do Grupo 1com o samba-enredo "Ilu Ayê" (Terra da vida) (Norival Reis e Cabana).
 
Obra

Amor de raiz (c/ Jorge Barbosa)
Escrevi (c/ Jorge José)
Um grande amor se acaba (c/ Xavier e Onofre do Catete)
 
Discografia
 
(1978) Silvinho e suas cabrochas • LP
(1973) A voz do samba • Selo Musicolor • LP
 
Shows

Show de samba (c/ vários). Rio Sampa, RJ.
 
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval - seis milênios de história. Rio de Janeiro. Editora Gryphus, 2000.
CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D. 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Doca (Portelenses de Outrora)

Doca

Jilçária Cruz Costa

*  20/12/1932 Rio de Janeiro, RJ
 +  25/1/2009 Rio de Janeiro, RJ


Biografia

Cantora. Compositora e Pastora da Velha-Guarda da Portela. 

De família oriunda do Morro da Serrinha, sua mãe, Dona Albertinha, foi a primeira porta-bandeira da Escola Prazer da Serrinha. Prima de Dona Ivone Lara, em sua casa aconteceram as reuniões que deram início à fundação da Escola Império Serrano no na de 1947. 

Trabalhou como empregada doméstica e tecelã. Aos 14 anos já atuava como porta-bandeira da Unidos da Congonha, escola de samba do bairro de Vaz Lobo, subúrbio do Rio de Janeiro. Foi casada com Altair Costa, filho do compositor Alvarenga, um dos principais da Ala de Compositores da Portela. 

No ano de 1953 ingressou na Portela. Integrou a Ala das Baiana da Escola de Samba Portela. Sua roda de samba "Pagode da Tia Doca", em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, era sempre frequentada por artistas como Clara Nunes, Paulo César Pinheiro, Zeca Pagodinho, Monarco, Beth Carvalho e João Nogueira, entre muitos outros, além da nova geração como Teresa Cristina, Dorina, Dudu Nobre e Marquinhos de Oswaldo Cruz.

Dados Artísticos

Em 1970 entrou para a Velha Guarda por sugestão de Alberto Lonato, tendo como examinadores Alvaiade e Armando Santos, vindo a substituir Tia Vicentina. Fazendo parte da Velha-Guarda da Portela gravou em vários disocs (LPs e CDs) entre os anos de 1970 e 2007, além de participar como pastora da Velha-Guarda da Portela de vários outros discos de artistas, principalmente do samba. 

Em 1980 interpretou, em dueto com Monarco, seu partido-alto "Temporal" no LP "Terreiro", de Monarco, lançado pela gravadora Eldorado. 

No ano de 1989 Jovelina Pérola Negra incluiu no CD "Amigos chegados" lançado pela gravadora RGE, sua composição "Orgulho negro", feita em parceria com o Jadilson Costa. 

No ano 2000 foi lançado o CD "Pagode da Tia Doca", com alguns dos artistas que se apresentaram ao longo dos mais de 30 anos na roda de samba. Gravou participações especiais nos discos de Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Teresa Cristina e Marisa Monte, entre outros. 

Em 2008 foi lançado o documentário "O Mistério do Samba", produzido por Marisa Monte, com direção de Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda. O documentário começou a ser produzido em 1998 e registrou várias fases da Velha-Guarda da Portela e apresentações por diversos estados e países. O filme foi lançado em show no Circo Voador, com a Velha-Guarda da Portela e convidados, entre os quais Diogo Nogueira, Teresa Cristina e Mauro Diniz. Sobre o filme destacamos o seguinte trecho de matérias dem Arnaldo Jabor - Segundo Caderno 26/08/2008 O Globo: "Não é um filme sobre o passado; é sobre um presente que nascia. Não é um filme de lamento sobre alguma coisa acabada, mas sobre a vitalidade que tem de continuar, que resiste nos subúrbios apear da violência da indústria cultural de massas e da boçalidade dos pagodes de jabás e de boquinhas de garrafa ou axés de multidões burras. No filme estão todos os grandes artistas: o espírito de Manacéa, Jair do Cavaquinho, Argemiro Patrocínio, Casquinha, Monarco, o filho mais moço Paulinho da Viola, protegido por Tia Surica e Tia Doca. Nele está Zeca Pagodinho, preservando em corpo e alma o espírito desse tempo, hoje. A Portela aparece nas pequenas coisas: sapatos brancos e pretos, as mãos gastas, os rostos comidos pelo tempo, mas vivos de alegria, os pés descalços, os retratos na parede, a comida, a cerveja, os cavaquinhos e pandeiros". 

Faleceu no dia 25 de janeiro do ano de 2009, tendo recebido várias homenagens em várias midias impressas e eletrônicas. Sobre sua importância para o samba carioca, declarou a compositora mangueirense Leci Brandão: "Uma das matriarcas do samba... Uma celebridade de verdade, simples e humilde". Seu corpo foi velado na quadra da Portela, em Madureira e o sepultamento ocorreu no Cemitério de Irajá.

Obra

Orgulho negro (c/ Jadilson Costa)
Temporal

Discografia
() 1970 Portela, passado de glória RGE LP
() 1974 Portela Selo Marcos Pereira LP() 1980 Monarco e Velha-Guarda da Portela Gravadora Eldorado LP
() 1980 Terreiro (participação) Gravadora Eldorado LP
() 1981 Cristina, de Cristina Buarque (participação) LP
() 1984 Histórias do céu e da terra infantil (participação) Philips/PolyGram LP
() 1986 Doce recordação - Velha-Guarda da Portela (Japão) Selo Office Sambinha LP
() 1990 Homenagem a Paulo da Portela Selo Tanaka CD
() 1994 Resgate, de Cristina Buarque (participação) Gravadora Saci CD
() 1995 Cilico Amigos = Parceria (participação) Niterói Discos CD
() 1999 Velhas companheiras. (com a Velha Guarda da Mangueira) Selo Sambinha CD
() 2000 Tudo azul Selo Phonomotor e EMI/Music CD
() 2000 Doce recordação. Velha-Guarda da Portela Nikita Music CD
() 2000 Casa de Samba 4 (vários) Universal Music CD
() 2001 Casquinha da Portela (participação) Lua Discos CD
() 2002 Deixa a vida me levar, de Zeca Pagodinho (participação) Universal Music CD
() 2002 A Música de Paulinho da Viola (participação) Deck Disc CD
() 2003 Um ser de luz - saudação à Clara Nunes (vários) Deckdisc CD
() 2005 À vera (participação) Universal CD
() 2007 Cidade do samba (vários) Selo ZecaPagodiscos/Universal Music CD/DVD


Bibliografia Crítica
 
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB - A História de Um Século. 2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto Cultural Cravo Albin, 2012.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002.
FERNANDES, Vagner. Clara Nunes: Guerreira da utopia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopedia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopedia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
MONTE, Carlos e VARGENS, João Baptista. (Ilustrações Lan). A Velha-Guarda da Portela. Rio de Janeiro: Editora Manati, 2001.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Noite Ilustrada (Portelenses de Outrora)

NOITE ILUSTRADA

Mário de Souza Marques Filho


 10/4/1928 Pirapetinga, MG 
 28/7/2003 Atibaia, SP


Biografia



Cantor. Compositor. Violonista. 


Nascido no interior de Minas Gerais, transferiu-se para o Rio de Janeiro nos anos 1940. Na capital federal, passou dificuldades e chegou a dormir em abrigos para menores. Integrou a Escola de Samba Portela com a qual excursionou para São Paulo onde cabou por radicar-se em 1955. Entre os anos de 1984 e 1994, fixou residência na cidade de Recife em Pernambuco. Faleceu de câncer pulmonar e foi enterrado na cidade paulista de Atibaia, onde havia se radicado nos últimos anos de vida.

Dados Artísticos

Começou sua carreira como violonista em um "show" comandado por Zé Trindade na cidade de Além Paraíba (MG). Na noite de estréia, o comediante esqueceu seu nome na hora da apresentação e, pondo a mão no bolso, encontrou um exemplar da revista "Noite Ilustrada". Na mesma hora decidiu apresentá-lo: "E agora com vocês a grande revelação...Noite Ilustrada!" O apelido pegou, e até até sua esposa passou a chama-lo dessa maneira. Transferiu-se para o Rio de Janeiro em meados dos anos 1950, ingressando na Escola de Samba Portela, atuando como sambista em "shows" na capital paulista. Em São Paulo trabalhou nas boates Captain's e Meninão. 

Em 1958, foi contratado pela Rádio Nacional e pela TV Paulista. No mesmo ano, estrou em disco, pela gravadora Mocambo, com os sambas "Cara de boboca", de Jaime Silva e Edmundo Andrade, e "Castiguei", de Venâncio e Jorge Costa. Ainda no mesmo ano gravou as primeiras composições de sua autoria, o samba "Quem faltava no samba" e a batucada "Sereno", esta em parceria com Ferreira Maia. 

Em 1960, ainda pela Mocambo, lançou seu primeiro LP "Cara de boboca" interpretando os sambas "Cara de boboca", de Jaime Silva e Edmundo Andrade; "Playboy", de José Henrique; "Diabo de saia"; "Escureceu" e "Danada Cegonha", as três de Edmundo Andrade; "Cadê Cidinha" e "Ai Lourinha", de sua autoria; "Compreensão", com Jeny Santos; "Castiguei", de Jorge Costa e Venâncio; "Nada me embaraça", de Rômulo Paes; "É doloroso", de H. Nogueira, e "Conselho", de Lupicínio Rodrigues. 

Em 1962, gravou a marcha "Maria Tereza", de Donga e Valfrido Silva, e o "Samba em Mangueira", de sua autoria e Jorge Costa. No mesmo ano, transferiu-se para a Philips e gravou seu primeiro grande sucesso, o samba "Volta por cima", de Paulo Vanzolini, que se tranformaria num clássico da MPB. Por essa época, atuou na boate Moleque, em São Paulo, onde costumava cantar "Volta por cima" acompanhado em coro pelos assistentes, antes mesmo de gravar a música. Ainda em 1962, gravou seu primeiro LP, "O ilustre". 

Em 1963, gravou "Dedo de luva", de Humberto Carvalho e Afonso Teixeira, e "Bolas de papel", de Valdemar Ressurreição. Gravou também os sambas "Volte pra casa", de Sérgio Malta, "Andorinha", de sua autoria e Antonio Mota, e "Toalha de mesa", de Carminha Mascarenhas, Dora Lopes e Wilson Chumbo. No mesmo ano, lançou o LP "Noite Ilustrada", registrando "Pra machucar meu coração", de Ary Barroso; "Botões de laranjeira", de Pedro Caetano; "Boneca de pano", de Ataulfo Alves, e "Louco", de Henrique de Almeida e Wilson Batista, além do sucesso "Volta por cima". 

No ano seguinte lançou o LP "Noite no Rio", com "A flor e o espinho", de Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha. Também em 1964, gravou os sambas "Rei dos cabritos", de Popó, e "Não ataque de índio", de Alfredo Borba, incluídos no LP "Carnaval - VOL" coletânea carnavalesca da gravadora Philips. 

Em 1965, fez sucesso com o samba "O neguinho e a senhorita", do compositor do morro do Salgueiro Noel Rosa de Oliveira, lançado no LP "Caminhando". 

Em 1966, lançou o LP "Depois do carnaval", com a faixa título, de Jorge Costa e Paulo Roberto. 

Em 1969, estreou na Continental com o LP "Revivendo o mestre Ataulfo", no qual registrou composições do compositor Ataulfo Alves, entre as quais "Meus tempos de criança", "Vida da minha vida", "Vassalo do samba", "Fim de comédia", "Laranja madura" e "Pois é". 

Em 1970, lançou com Isaura Garcia o LP "Papo furado", com destaque para "Meu choro pra você", de Torquato Neto e Gilberto Gil, "Pra você", de Sílvio César, "Quem te viu quem te vê", de Chico Buarque, e "Nega manhosa", de Herivelto Martins. No mesmo ano, lançou o LP "Samba sem problemas", que trazia "Barracão", de Oldemar Magalhães e Luiz Antônio, "Crioulo sambista", de Sinval Silva e Nelson Trigueiro, "Terra seca", de Ary Barroso, e "Nervos de aço", de Lupicínio Rodrigues. 

Em 1971, gravou o LP "Noite Ilustrada", no qual se destacou a "Balada nº 7 - Mané Garrincha", de Alberto Luís. 

Em 1972, lançou o LP "Samba é comigo mesmo", no qual registrou "Preconceito", de Cartola, "Orgulho e agonia", de Fernando Mauro e Nelson Cavaquinho, e "Atraso em meu caminho", de Jair do Cavaquinho e Picolino. No mesmo ano, lançou o LP "Noite Ilustrada interpreta Marques Filho", cantando composições de sua autoria uma vez que Marques Filho vinha a ser ele mesmo, que utilizava parte de seu sobrenome como autor. Ainda em 1972, participou da coletânea "Carnaval - 73", da Musicolor/Continental, que contou com a participação de diferentes artistas, entre os quais, Gilberto Alves, Jamelão, Alcides Gerardi e Titulares do Ritmo. Nesse LP, interpretou a "A marcha do cara batuta" e o samba "Agonia", ambas em parceria com B. de Almeida. 

Em 1975, transferiu-se para a Tapecar e lançou o LP "Noite Ilustrada" que tinha em destaque "Eu nasci no morro", de Ary Barroso, "Laurindo", de Herivelto Martins, "Pra esquecer", de Noel Rosa, "Cravo vermelho", de Geraldo Filme, e "Chora viola", de Paulo Rogério e Adauto Santos. 

Em 1976, lançou o segundo LP pela Tapecar que incluía, entre outras, "Cadeira de bar", de sua autoria, "Não posso parar de cantar", de Zé Pretinho da Bahia, "Sambista apaixonado", de Gracia e Mano Décio da Viola, e "Copo da saudade", de Clayton e Dora Lopes. 

Em 1978, retornou para a Continental e lançou o LP "Não me deixe só" no qual gravou "Atalhos", de Everaldo Cruz e Nei Lopes, "Mensagem", de Aldo Cabral e Cícero Nunes, "Abri a porta", de Jorge Costa, e a música título de sua autoria e Antônio Motta. 

Em 1979, lançou pela Continetal o LP "À vontade" com as músicas "Chica", de Raimundo Prates; "Barraquinho", de João Roberto Kelly; "Velho amigo", de Armando Nunes e Paulo Gesta; "Estupidez de cupido", de Nicéas Drumont; "Companheiro de quarto", de Chico Xavier e Tito Mendes; "Casa antiga", de Raul Sampaio; "Cabeça fria", de Luis de França e Armando Nunes; "Eh pau-de-arara", de Armando Nunes e João de Oliveira; "Crise no morro", de Armando Nunes e Roberto Medeiros, e "Moldura", de Gerson Alves, além de "Ressentimento" e "Canto de despedida", de sua autoria. 

Em 1981, foi para o selo Cristal da WEA e lançou o LP "O fino do samba" no qual registrou clássicos do samba como "Antonico", de Ismael Silva, "Prece ao sol", de Candeira, "A flor e o espinho", de Alcides Caminha, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, "Pedro do Pedregulho", de Geraldo Pereira, e "Madrugada", de Zé Kéti. 

Em 1982, lançou o LP "Profecia", considerado um clássico do samba no qual interpretou "Juramento", de Zé Kéti, "Proteção", de Nelson Cavaquinho, e "Itamaracá", de sua autoria, uma homenagem ao Recife onde viveu por dez anos. 

Em 1986, gravou pela Polydisc o LP "Cada vez melhor", no qual apresentou um pot-pourri com seus grandes sucessos e um outro com composições de Nelson Cavaquinho. 

Em 1998, lançou pelo selo Camerati o CD "Eu sou o samba", que trazia "Perfil de um sambista" que o compositor Adauto Santos fez em sua homenagem, "Cadeira de bar", de sua autoria, "Sorriso antigo", de Aldecy e Candeia, "Pra machucar meu coração", de Ary Barroso, e "Aos pés da cruz", de Zé da Zilda e Marino Pinto. Este CD foi relançado três anos depois pelo selo Trama com o título de "Perfil de um sambista". Percorreu o Brasil com o show "Eu sou o samba". Manteve-se em atividade até o fim da vida tendo voltado aos estúdios dois meses antes de falecer. 

Em 2003, gravou o CD "Noite Ilustrada canta Lupicínio Rodrigues", pelo selo Atração Fonográfica, lançado após a sua morte, no qual interpretou os sambas canção "Nervos de aço"; "Ela disse-me assim"; "Paciência (Vou brigar com ela)"; "Nunca"; "Vingança"; "Volta" e "Sozinha", todas apenas de Lupicínio Rodrigues, além de "Meu barraco", com Leduvy de Pina; "Castigo"; "Quem há de dizer" e "Cadeira Vazia", com Alcides Gonçalves, e "Se acaso você chegasse" e "Brasa", com Felisberto Martins. Deixou o CDs inédito: "Noite Ilustrada canta Ataulfo Alves - Ao mestre com carinho".

Obras


A marcha do cara batuta - com B. de Almeida 
Agonia (com B. de Almeida)
Água bebida 
Andorinha (c/ Antonio Mota) 
Cadeira de bar 
Canto de despedida 
Encontro 
Itamaracá 
Não me deixe só (c/ Antônio Motta) 
Passista regra 3 
Quem faltava no samba 
Ressentimento 
Samba em Mangueira (c/ Jorge Costa) 
Sereno (c/ Ferreira Maia) 
Zombou de mim (c/ Jorge Costa)

Discografia

(2003) Noite Ilustrada canta Ataulfo Alves - Ao mestre com carinho • Atração • CD
(2003) Noite Ilustrada canta Lupicínio Rodrigues • Atração Fonográfica • CD
(2001) Perfil de um sambista • Trama • CD
(1998) Eu sou o samba • Camerati • CD
(1997) 20 Super sucessos • Polydisc • CD
(1986) Cada vez melhor • Polydisc • LP
(1982) A Profecia • Fermata • LP
(1981) O Fino do samba-vol. 2 • Cristal/WEA • LP
(1979) À Vontade • Continental • LP
(1978) Não me deixe só • Continental • LP
(1976) Noite Ilustrada • Tapecar • LP
(1975) Noite Ilustrada • Tapecar • LP
(1974) Samba sem hora marcada • Continental • LP
(1972) Noite Ilustrada interpreta Marques Filho • Continental • LP
(1972) Samba é comigo mesmo • Continental • LP
(1971) Noite Ilustrada • Continental • LP
(1970) Samba sem problemas • Continental • LP
(1970) Papo furado • Continental • LP
(1969) Noite Ilustrada • Continental • LP
(1969) Revivendo o mestre Ataulfo • Continental • LP
(1966) Depois do carnaval • Odeon • LP
(1965) Caminhando • Philips • LP
(1964) Noite no Rio • Philips • LP
(1963) Dedo de luva/Bolas de papel • Philips • 78
(1963) Volta por cima/Sim ou não • Philips • 78
(1963) Volte pra casa/Andorinha • Philips • 78
(1963) Pensei que não/Toalha de mesa • Philips • 78
(1963) Noite Ilustrada • Philips • LP
(1962) Maria Tereza/Samba em Mangueira • Mocambo • 78
(1962) Volta por cima/Lua triste • Philips • 78
(1960) Cara de boboca • Mocambo • LP
(1959) É doloroso/Danada cegonha • Mocambo • 78
(1958) Cara de boboca/Castiguei • Mocambo • 78
(1958) Sereno/Quem faltava no samba • Mocambo • 78 

Bibliografia Crítica


AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 2. São Paulo: Editora: 34, 1999.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Bandeira Brasil (Portelenses de Outrora)

 
BANDEIRA BRASIL
Alcemir Gomes Bastos

* Rio de Janeiro, RJ 
+ 30/5/2013 Rio de Janeiro, RJ


Biografia

Cantor. Compositor. Violonista.

Filho de empregada doméstica e marcineiro nasceu em Marechal Hermes e criado em Pilares, subúrbios do Rio de Janeiro. O pai tocava cavaquinho.

Ainda criança desfilava na Escola Caprichosos de Pilares.

Cursou até o sexto período de Letras na UFRJ. Por essa época, como era aluno, fazia um pagode no campus da Universidade. 

Começou como compositor dos blocos Embalo do Morro do Urubu, Q70, e O Suspiro da Cobra, de Pilares.

Passou a frequentar o bloco Cacique de Ramos e mostrando seus sambas na roda embaixo da tamarineira, fundada por Bira Presidente, Jorge Aragão, Almir Guineto, Jelsereno, Ubirany (que formariam o grupo Fundo de Quintal).

Integrou a Ala de Compositores da Portela. Escola de Artes Negras Quilombo e da Caprichosos de Pilares.

Dados Artísticos

Uma de suas primeiras composições gravadas foi "Ópio", (c/ Cléber Augusto), interpretada pelo grupo Fundo de Quintal no disco "Divina luz", lançado em 1985 pela gravadora RGE.

Em 1987, Jovelina Pérola Negra, no disco "Luz do repente", incluiu de sua autoria "Feira de São Cristóvão" (c/ Beto Sem Braço). No ano seguinte, Elza Soares incluiu no disco "Voltei", "Erê" (c/ Beto Sem Braço). Nesse mesmo ano, sua composição "Lotação", parceria com Arlindo Cruz, foi gravada por Reinaldo em LP na Continental.

Em 1999 o grupo Revelação gravou de sua autoria "Casal perfeito" (c/ Luiz Cláudio Picolé). No ano seguinte, Zeca Pagodinho gravou "Perfeita harmonia" (c/ Almir Guineto e Bidubi), no CD "Água da minha sede". Neste mesmo ano, Ernesto Píres no CD "Novos quilombos", pela Rob Digital, gravou sua composição "Novos quilombos", parceria com Alcino Correa (Ratinho), faixa que deu título ao disco. 

No ano de 2001, Beth Carvalho e o grupo Fundo de Quintal interpretaram de sua autoria "Romance dos astros", parceria com Luiz Carlos da Vila e Cléber Augusto, no disco ao vivo "Os melhores do ano II", da gravadora Indie Records.

Em setembro de 2002 junto a vários artistas, entre eles, Almir Guinéto, Arlindo Cruz, Serginho Meriti, Deni de Lima, Ivan Milanez, Marquinhos China, Ircea Pagodinho e Maurição, fez o show-homenagem "Bum-bum-baticum-Beto", tributo ao compositor Beto Sem Braço no Bar Supimpa, na Lapa, Rio de Janeiro. Ainda em 2002, Marquinho Santanna (ex-Marquinhos Sathã) gravou de sua autoria "Negritude axé" (c/ Franco e Arlindo Cruz) no disco "Nosso show".

Em 2003 lançou o primeiro disco solo, "A cor do samba", no qual incluiu várias composições, entre elas, "Tamarineira" (c/ Zeca Pagodinho), na qual contou com a participação especial de Renatinho Partideiro, "Negritude axé" (Franco e Arlindo Cruz), "Nega dadivosa" (c/ Serginho Procópio e Picolé), "Romance dos astros" (c/ Luiz Carlos da Vila e Cléber Augusto), Zeca Pagodinho ('Nega dadivosa'), "Ópio" (c/ Cléber Augusto), "Motivo" (c/ Cléber Augusto), "Insônia" (c/ Nélson Cavaquinho e Neoci Dias), "Peixinho" (c/ Arlindo Cruz e Wilson Moreira) com a participação de Arlindo Cruz, "Homenagem" (c/ Marquinhos de Oswaldo Cruz) com participação de Monarco, "Dois namorados" (c/ Acyr Marques), "Amante de verdade" (c/ Nelson Cavaquinho e Ratinho), faixa que contou com a participação de Beth Carvalho, "Pivete", "Bom pra renovar" (c/ Wanderley Monteiro) e ainda um pot pourri com "Feira de São Cristóvão", "Samba curador", "Erê" e "A paisagem", todas em parceria com Beto Sem Braço, que participou da faixa "A paisagem", na qual o falecido parceiro teve a voz retirada de uma fita cassete gravada na casa de Martinho da Vila, em Duas Barras. No CD reuniu diversos artistas: Paulão Sete Cordas (direção musical), Cláudio Jorge (violão e arranjos), Mauro Diniz e Alceu Maia (cavaquinho).

Em 2004 fez o lançamento do CD no Espaço Cultural Memórias do Rio, no qual recebeu diversos convidados.

No ano de 2005, no CD "À vera", Zeca Pagodinho interpretou de sua autoria "À vera" (c/ Luizinho Toblow, Bidubi e Élcio do Pagode). Neste mesmo ano classificou a composição "Lágrimas de fogo" no "Festival de Samba de Terreiro da Portela".

Entre seus vários intérpretes detacam-se Beth Carvalho ('Romance dos astros'), Grupo Só Preto ('A tamarineira'), Marquinhos Satã ('Negritude axé'), Fundo de Quintal ('Romance dos astros') e Zeca Pagodinho em "A paisagem" e "Nega dadivosa".  Tem mais de 80 composições gravadas.

Entre seus parceiros está Nelson Cavaquinho, de quem se tornou amigo e parceiro em um dos pagodes em que ambos frequentavam em Botafogo, sua parceria com Nelson Cavaquinho e Neoci Dias "Insônia", foi gravada pela Velha-Guarda da Mangueira.

Obra

A paisagem (c/ Beto Sem Braço)
A tamarineira (c/ Zeca Pagodinho)
À vera (c/ Luizinho Toblow, Bidubi e Élcio do Pagode)
Amante de verdade (c/ Nelson Cavaquinho e Ratinho)
Bom pra renovar (c/ Wanderley Monteiro)
Casal perfeito (c/ Luiz Cláudio Picolé)
Cheio de amor pra dar (c/ Dudu Nobre)
É coisa do céu (c/ Beto Sem Braço)
Erê (c/ Beto Sem Braço)
Feira de São Cristóvão (c/ Beto Sem Braço)
Ginga da roda de Iaiá (c/ Luisinho SP)
Homenagem (c/ Marquinhos de Oswaldo Cruz)
Insônia (c/ Nelson Cavaquinho e Neoci Dias)
Lágrimas de fogo
Lotação (c/ Arlindo Cruz)
Nega dadivosa (c/ Serginho Procópio e Picolé)
Negritude axé (c/ Franco e Arlindo Cruz)
Nosso caso (c/ Luisinho SP)
Novos quilombos (c/ Ratinho)
Ópio (c/ Cléber Augusto)
Peixinho (Arlindo Cruz e Wilson Moreira)
Perfeita harmonia (Almir Guineto e Bidubi)
Pivete
Romance dos astros (c/ Cléber Augusto e Luiz Carlos da Vila)
Samba curador (c/ Beto Sem Braço)

Discografia

(2003) A cor do samba • independente • CD

Shows

Festival de Samba de Terreiro da Portela. RJ. (2005)
Show A cor do samba. Candongueiro, Niterói, RJ,
Show A cor do samba. Espaço Cultural Memórias do Rio - RJ.

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.