sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Alvaiade

 

Desde quando você está metido em samba?

Alvaiade: Desde 1928. Naquela época, o Paulo da Portela morava na Estrada da Portela, 276, que era um correr de casas que tinha o apelido de barra preta. Eu morava na Rua B, em Oswaldo Cruz, e tinha um bloco carnavalesco por lá. E o Paulo me convidou para a Portela.

O seu bloco era grande?

Alvaiade: Pequeno. Éramos eu, o falecido Brasileiro, o Zé Cachacinha, o Alvarenga, um grupo pequeno. O Alvarenga já pertencia à Portela antes de mim.

Como é o seu nome, Alvaiade?

Alvaiade: Oswaldo dos Santos. Nasci a 21 de novembro de 1913, aqui na Estrada da Portela.

Quando você entrou pra Portela já era compositor?

Alvaiade: Não, eu acompanhava o pessoal, fazia um centro no cavaquinho, cantava, etc. Depois é que eu comecei a fazer música.

Qual foi a primeira vez que você saiu na Portela já era pra desfilar na Praça Onze?

Alvaiade:  Não. A primeira vez foi para participar de uma roda de samba em Bento Ribeiro, na casa do Paulo de Bento Ribeiro. Aliás, a razão do Paulo da Portela ganhar esse nome foi por causa do Paulo de Bento Ribeiro, que também era do samba.

Como é que o Paulo da Portela tratava os mais novos como você?

Alvaiade: O Paulo era uma figura humana fora de série. E muito observador. Eu era muito garoto naquela época e ele chegava até a me entregar certas responsabilidades dentro da escola, como a de substituí-lo de vez em quando, na sua ausência. Quando ele ia pra Sào Paulo, mais tarde, com o Cartola e o Heitor dos Prazeres, quem preparava a escola era eu, como chefe interino, além do Ventura e o Alcides, que eram os diretores de harmonia. Quando ele chegava era só pra comandar a escola.

Ele chegou até a apontar você como substituto dele, não foi?

Alvaiade: Foi. Ele sempre dizia aos visitantes que iam à Portela: “Esse é o pequeno que me substitui”. Aquilo me dava muito entusiasmo. Minha prova de fogo foi em 1934. Foi uma festa na Portela e recebemos a visita de uns doutores, coisa muito rara na época numa escola de samba. E fui eu quem recebeu o pessoal. Depois foi num batismo de uma escola de samba lá no Botija. Fui incluído na delegação da Portela, mas como um simples integrante. Quando saltamos do bonde, o Cláudio de Quintino me falou: “Olha Alvaiade, o Paulo disse pra você fazer a cerimônia”. Aí, tomei as medidas. Formei a rapaziada, tiramos um samba quando chegamos, houve aquela troca de gentilezas, aquela coisa toda. Eu sei que fui bem, pois o Cláudio de Quintino me deu os parabéns depois.

O Paulo era um boa praça, mas era muito exigente também, não é isso? Principalmente com a roupa.

Alvaiade: É verdade. Ninguém podia se apresentar com chinelo charlote porque o Paulo não gostava. O pessoal do Estácio, por exemplo – e isso não é querer falar mal, mas falar a verdade – apresentava-se muito bem, com ternos caríssimos. Mas de chinelo charlote e lenço no pescoço. O pessoal da Portela não. A gente tinha que andar de sapato e gravata. O Paulo dizia assim: “Quero todo mundo com o pé ocupado e pescoço também”. Quer dizer: sapato e gravata. Por sorte, a nossa rapaziada quase não bebia. A gente era diferente das outras escolas.

Como é que foi a briga do Paulo com a Portela?

Alvaiade: Nessa época – foi no carnaval de 1940 – eu estava chefiando a escola no lugar do Paulo, que estava em São Paulo, com o Cartola e o Heitor dos Prazeres. Ele chegou na hora em que a escola estava formada pra desfilar na Praça Onze e queria que os companheiros dele desfilassem também. Mas o problema é que eles estavam com uma fantasia preta e branca e o pessoal da diretoria achou que não era direito. Se o Paulo quisesse desfilar, tudo bem. Mas seus companheiros é que não podiam.

Toda a diretoria pensava assim?

Alvaiade: Toda. Ainda dissemos pra ele que os companheiros dele podiam entrar na escola, mas só depois que passassem pela comissão julgadora. Chamamos o Manoel Bam Bam Bam e ele repetiu para o Paulo a mesma coisa. Aí o Paulo disse: “Se eles não podem entrar, eu também não entro”. O Manoel Bam Bam Bam levantou a corda – naquela época as escolas desfilavam com corda - e falou: “Então você não desfila, pode sair”. O Paulo saiu e nunca mais desfilou pela Portela.

Mas ele nem visitava a escola?

Alvaiade: Oito dias depois, a gente estava comemorando a vitória da Portela lá na sede. E o Paulo apareceu com o Pessoal da Mangueira. Me lembro que ele estava com o Cartola e o Chico Porrão. Ele estava esquisito, de um jeito que eu nunca tinha visto assim. Acho que tinha tomado umas e outras, que ele não era de beber. Eu sei que chegou na Portela, trepou na mesa e começou a fazer um discurso: “Vocês crianças, vocês ursos”, não sei o que, falando coisas que não eram do feitio dele. Até os parentes dele ficaram revoltados com a situação. Eu ainda pedi a palavra tentando contornar o problema, mas havia uma grande revolta. Saímos Dalí e fomos para uma área, onde é hoje o botequim do Nozinho, irmão do Natal, e o Paulo puxou um samba da Mangueira: “Vou partir sem briga” e não sei o que mais. Eu aí, puxei um samba assim:

“Seja feliz com seu novo amor
Porque eu vou procurar o meu bem estar

Pode arranjar quem você quiser
Só peço pra de mim esquecer, mulher”

É um samba do Mijinha, o autor de “Sentimento”, que o Paulinho da Viola gravou. Mas o ambiente não estava bom não. E o pessoal da Mangueira percebeu isso. Me lembro até que o Chico Porrão falou assim pra mim: “Alvaiade, eu não tenho um alfinete pra me defender”. Eu falei pra ele assim: “Não tem nada não, aqui você está como se estivesse em sua própria casa”. Mandei um componente da Portela ir até Madureira buscar um carro, mas naquela altura tinha gente afim de pegar alguém, não sei se o Paulo ou o pessoal da Mangueira. Quando o carro chegou, botei a rapaziada lá dentro e fui em pé, no estribo, até lá fora protegendo eles. Na volta, veio uma porção de gente em cima de mim me espinafrar porque eu protegi o pessoal. O Paulo saiu e a Portela passou sete anos ganhando os desfiles na Praça Onze. Ele nunca se esqueceu da Portela. Muitas vezes, a gente ficava conversando em cima da ponte de Oswaldo Cruz e ele perguntando como é que ia o negócio, aquelas coisas. Ele estava na escola de samba Lira do Amor, mas não esquecia a nossa escola. No ano que ele ia voltar, morreu.

Você chamava o Paulo de você ou de senhor?

Alvaiade: Você mesmo. Era o Mano Paulo.

Havia muita gente na Portela no início da escola?

Alvaiade: Não. Houve um ano - não sei se 1931 ou 32, não me lembro - que aconteceu um negócio que nunca mais esqueci. Nós íamos descer pra desfilar na Praça Onze e fomos pegar o trem na estação de Dona Clara. O Rufino, que era o tesoureiro, pagou 90 passagens. E se queixou: “Meu Deus, isso não é mais uma escola de samba, é um rancho. Nunca vi tanta gente numa escola de samba”.

É verdade que no início eram homens que desfilavam de baianas?

Alvaiade: É. Nós não tínhamos baianas no início. Quem saía de baiana era o Caludionor, o Boaventura, o Manoel Bam Bam Bam, o Antônio Mestre Sala e outros. Era um grupo de homens que saía de baiana.

Não tinha mulher na Portela?

Alvaiade: Tinha. Não saíam de baiana. Quando a gente ia, por exemplo, a uma batalha de confete, o próprio Paulo ia de casa em casa pedir consentimento às famílias para levar suas moças com a escola. Depois entregava todas elas em suas casa. Éramos uma família.

Mas havia aquele negócio de que sambista era sinônimo de marginal.

Alvaiade: Havia. Inclusive falavam isso da Portela, que é uma escola da Planície. Mas conosco não havia problema.

Você se lembra dos seus primeiros sambas para a Portela? 

Alvaiade: Mais ou menos, acho que era um assim:

"Meu amor
Não me maltrate assim
Meu bem
Não sei que mal eu fiz
Agora sei que me odeias
Mas algum dia
Ainda espero ser feliz"

Me lembro de outro também que fiz baseado nos vendedores que corriam os trens vendendo tudo. Bala, Jornal, etc. Conhecia até alguns pelo nome, como o Cheiroso. Era assim:

"Baleiro Balas a dez, um tostão
Queijeiro Queijo de Minas é bom
Jornaleiro
Meu Deus do Céu que moçada
Ele vem gritando
Diário da noite Olha o Globo e Vanguarda
Chegou o Cheiroso
Tem a descrição encerrada"

Além de dirigente da escola, o Manoel Bam Bam Bam também foi mestre sala, não é isso?

Alvaiade: Ele foi o primeiro mestre sala da escola. Foi mestre sala por 24 anos. A primeira porta bandeira foi a falecida Braulina.

Qual foi a primeira vez que a Portela desfilou na Praça Onze cantando um samba seu?

Alvaiade: Foi em 1934, mais ou menos.

"Eu só queria saber
Porque és tão fingida assim

Deves bem compreender
Ora meu bem

Eu só amo você
A mais ninguém"

Aí o pessoal fazia o improviso. Naquele tempo não havia segunda parte feita. Havia os versantes, como o João da Gente, que até foi apelidado de Gogó de Ouro. O Claudiono, o Ventura também eram grandes improvisadores e geralmente era o pessoal da direção de harmonia quem fazia isso. O Caludionor e o Ventura eram da Harmonia.

Você também foi diretor de harmonia?

Alvaiade: Eu fui chefe de conjunto quase vinte anos. E dentro dessa função eu fazia tudo. O chefe de conjunto era responsável pelos ensaios de um modo geral. Era uma espécie de diretor de harmonia. Tinha que ter noção de bateria, examinar vozes, isso tudo. Eu era o homem de sete instrumentos na Portela. Recebia visitas em nome da escola, visitava as co-irmãs, tudo isso eu fazia. E fazia discursos também.

O Paulo fazia discursos. Ele era bom orador?

Alvaiade: Puxa, ele tinha o dom da palavra. E era de uma gentileza de deixar todo mundo pasmado.

Naquele tempo que a Portela iniciava você já era um camarada conhecido no meio do samba?

Alvaiade: Bem, o que me fez mais conhecido foi o futebol. Aliás, foi no futebol que ganhei esse apelido de Alvaiade. Joguei no infantil da Portela, depois passei para o segundo quadro e acabei no primeiro. Em 1935 eu estava jogando no primeiro time da Associação Atlética Portuguesa. Em samba eu aparecí mais por causa da minha função de organizador. Minha maior preocupação era lançar os novos compositores. Esses novos compositores são os velhos de hoje: o Manacéia, Walter Rosa, Candeia, Chico Santana e muitos outros.

Houve uma época que combinei com os compositores que cada um só podia lançar duas músicas por ano. Todo mundo cumpriu. Mas houve um ano que o Chico Santana encontrou comigo na padaria e me trouxe um problema. Ele já tinha apresentado os seus dois sambas, mas tinha um terceiro que não queria deixar de lado. Me cantou o samba e eu gostei. Fiquei em dúvida e acabei quebrando o protocolo. Afinal, ele podia morrer, ou eu, e o samba ficaria esquecido. Hoje o samba é considerado, oficialmente, o hino oficial da Portela.

"Portela Suas cores tem

Na bandeira do Brasil
E no céu também

Avante portelense

Para a vitória

Não vê que seu passado

É cheio de glória

Eu tenho saudade

Desperta, oh grande mocidade
"

Nos primeiros tempos, onde era mesmo a sede da Portela?

Alvaiade: Ora, a sede. A sede? Bem, às vezes a Portela ensaiava na casa do Benício. No carnaval saia da casa do Caetano ou da casa do Rufino. Mais tarde é que alugamos uma casa na Estrada da Portela, onde é hoje o bar do Nozinho. Tinha uns 20 metros quadrados e era ali que a gente ensaiava.

E a famosa jaqueira da Portela?

Alvaiade: Era num terreiro na esquina da Estrada da Portela com a Rua Joaquim Teixeira. De fato, o pessoal ia pra ali, agora eu me lembro, ali onde é o bar do Nozinho tinha uma jaqueira sim.

Depois do Manoel Bam Bam Bam, quem ficou de mestre sala na Portela?

Alvaiade: O Antônio, que também ficou muito tempo. Aliás, tanto o Antônio quanto o Manoel já são falecidos. Depois dos dois, apareceram outros, mas não ficaram muito tempo não.

Entrevista concedida quando do encarte do Disco "História das Escolas de Samba - Vol. 2)

domingo, 9 de dezembro de 2012

Casquinha

 
CPB: Nome e idade?
 
Otto Enrique Trepte (Casquinha da Portela).

CPB: Fale um pouco sobre você!
 
Sou uma pessoa normal, tranquilo e que acima de tudo ama o samba de raíz.

CPB: Como você chegou à Ala de Compositores mais importante do Mundo do Samba?
 
Jogando futebol. Meus amigos me chamaram para ir até a Portela e desde esse dia nunca mais eu parei de compor.

CPB: Desde quando você compõe?
 
Desde a juventude.

CPB: O que você falaria para um Compositor que está chegando agora à PORTELA?
 
Se ele fosse portelense de coração, procure fazer belos sambas para nossa amada Portela.

CPB: Qual(is) o(s) seu(s) ídolo(s) dentro do Mundo do Samba?
 
Primeiramente o grande mano Candeia com quem tive o privilégio de compor belos sambas e de conviver como amigo, o grande Zé Keti, o mestre Cartola, o grande Nelson Cavaquinho e o grande Padeirinho da Mangueira.

CPB: Conte-nos um pouco de sua experiência no SAMBA!
 
Nos reuníamos no muro da Estação de Osvaldo Cruz aí resolvemos formar um grupo, Os Mensageiros do Samba e daí fui parar na Velha Guarda da Portela.

CPB: O que é ser PORTELA?
 
É tudo! Em minhas veias corre o sangue azul e branco da Portela, que é tudo em minha vida!

CPB: Como você vê atualmente o verdadeiro samba no seu amplo sentido? Ainda há?
 
Vejo que graças a Deus o samba caiu no gosto popular e todas as classes sociais aderiram a esse ritmo que traz alegria de viver e sendo assim, as novas gerações de sambistas estão lenvando a bandeira do samba de raíz com muita devoção.

CPB: Nos eventos de Sambas-Enredo da PORTELA, mesmo não concorrendo, como você vê os resultados obtidos?
 
Eu atualmente estou afastado e não saberia lhe responder com exatidão, porém tenho visto grandes disputas e grandes letras de sambas que concorrem e acredito eu estão surgindo grandes compositores que, com certeza, continuarão fazendo brilhar a nossa querida e amada Portela!
 
Desde já, agradecemos e PARABÉNS pelo seu dia!

domingo, 4 de novembro de 2012

Marsília

 
 
CPB: Nome e idade?
 
Marsilia Lopes, 78 anos.
 
CPB: Fale um pouco sobre você!
 
Sou uma pessoa de hábitos simples, altruísta, sou família: Mãe e Avó. Sou amiga tenho alguns defeitos, mas muitas virtudes e graças a Deus sou querida no meio em que vivo seja no Samba ou no meio social.
 
CPB: Como você chegou à Majestade do Samba?
 
Através do meu Padrinho que era amigo do Paulo da Portela, e, me levava aos ensaios. Meu primeiro desfile foi A Volta Do Filho Pródigo no ano de 1951.
 
CPB: Como você se sente em ser o primeiro destaque feminino da PORTELA?
 
Extremamente honrada e é sempre uma imensa alegria fazer parte da escola do meu coração.
 
CPB: Você é considerada veterana em se tratando de PORTELA, o que você falaria para um novo valor que esteja chegando agora à PORTELA?
 
Tenham sempre humildade na frente de todas as virtudes. Nunca deixe o sucesso subir-lhes a cabeça. Respeitem sempre os ícones do mundo do samba.
 
CPB: Qual(is) o(s) seu(s) ídolo(s) dentro do Mundo do Samba?
 
São muitos, entretanto citarei apenas alguns: Seu Natal, Wilma Nascimento, Minha amiga Milú , Odila , Bolinha , Dona Dodô, Surica , Tia Doca e o grande amigo Ary do Cavaco , Monarco , Paulinho da Viola , Dona Ilma ... por aí vou viajando entre os trilhos do passado!
 
CPB: Conte-nos um pouco de sua experiência no SAMBA!
 
No Samba nasci e me criei aprendi que é a forma de arte que expressa à liberdade da nossa história e cultua todo o nossos passos ancestrais. Além de nos formar como pessoas para a sociedade o samba foi e é o caminho pelo qual lutamos pela igualdade social, é a voz do morro, dos desfavorecidos é o grito que surge da periferia, ao longo do tempo tornou-se a maior expressão do Brasil mundo afora.
 
CPB: O que é ser PORTELA?
 
Ser Portela é ser Feliz, é ter sangue nobre, é amor, esperança e alegria de viver. Ser com Águia, ser guerreira! Procuro dar sempre o exemplo de, apesar da minha experiência e todo este tempo, estar motivada a carregar a bandeira do meu pavilhão e continuar desfilando na avenida com toda minha energia. Neste momento me renovo me sinto jovem, e por vezes, eterna como minha Portela!
 
CPB: Você tem algum sonho? Qual?
 
Como todo sonho é utopia e isto é uma singularidade de todo ser humano. Sonho em romper a barreira do tempo e espaço e sentir a mesma emoção que tive nos anos 1961, 1963 e especialmente (1964) a Portela sagrou-se Campeã do Carnaval com o Enredo “Casamento de Dom Pedro” onde composição foi de autoria de Antônio Alves que era meu Marido. Atualmente desejo que o mesmo possa acontecer com a Portela, pois meu filho integra o quadro de compositores da Majestade do Samba. Um sonho que tenho “Antes de Partir” simples assim: quero desfilar um samba composto por Neyzinho do Cavaco meu filho , ficaria com a sensação de dever cumprido no meio do samba.
 
O COMPOSITORES DA PORTELA BLOG, parabeniza a esta grande personagem Portelense pelo seu aniversário!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Espanhol


CPB:  Nome e idade:

Juan:  Meu nome é Juan Antonio Álvarez Méndez, mas no mundo do samba sou conhecido como "Espanhol" e nasci em 26-08-1951.

CPB:  Fale um pouco sobre você!

Juan:  Nasci na Espanha e vim com 10 anos para o Brasil. Já torcia para a Portela antes de chegar neste país, pois meu pai mandava a cobertura dos carnavais através das revistas O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos e nossa escola andava em alta naquela época (final dos 50 e início dos 60).  Morei em Juiz de Fora até os 18 anos, quando vim para o Rio de Janeiro e fui morar com meus tios no Engenho de Dentro.

CPB:  Como você chegou a Ala de Compositores mais importante do Mundo do Samba?

Juan:  Já havia conquistado algumas vitórias no samba-enredo no GRES Arranco (onde também me orgulho de ser compositor), quando o então presidente da Portela (Carlinhos Maracanã) me convidou, junto com meu parceiro Sylvio Paulo a integrar a Ala de Compositores da Portela, no final dos anos 80. Em 1990, obtivemos a vitória em parceria com Cila da Portela no enredo "É de Ouro e Prata esse chão".

CPB:  Desde quando você compõe?

Juan:  Componho desde os 15 anos, participando de festivais escolares e universitários, até que em 83 ingressei na Ala de Compositores do Arranco, onde consegui minhas primeiras vitórias. 

CPB:  O que você falaria para um Compositor que está chegando à PORTELA?

Juan:  Que se orgulhe e respeite a escola com a maior história do Carnaval, aquela que foi fundada pelo sonho do mais nobre dentre os mais nobres bambas, Paulo Benjamim de Oliveira.

CPB:  Qual(is) o(s) seu(s) ídolo(s) dentro do Mundo do Samba?

Juan:  Tenho muitos...a começar pelo próprio Paulo da Portela. Cito ainda Cartola, Xangô, Fuleiro, Valdir 59. Dentre os compositores, Candeia, Martinho, Silas de Oliveira, Beto sem Braço, João Nogueira, David Corrêa e muitos outros....

CPB:  Conte-nos um pouco de sua experiência no samba!

Juan:  Iniciei minha carreira na época em que os concursos de samba eram mais puros, mais românticos, menos políticos. Esse novo caminho que as disputas utilizam, afastaram-me delas por discordar dos meios utilizados. Orgulho-me das vitórias conseguidas entre Arranco, Vai se Quiser, Portela e Unidos da Tijuca, que somadas chegam a 20. As derrotas daquela época não nos doíam, pois tínhamos a certeza de que havíamos perdido para sambas melhores. De uns anos pra cá, infelizmente, em nenhuma escola isso não pode ser afirmado (com raríssimas exceções).

Hoje, participo apenas de concursos onde os interesses ocultos ainda não chegaram, como os Concursos de Samba de Quadra da Light/Sessi/Globo Rio. Tanto eu com o Sylvio, Monarco com o Marquinhos do Pandeiro e o Noca com o Toninho Nascimento já conseguimos os primeiros lugares, representando nossa Portela.

E seguimos nos apresentando nas rodas de samba das quadras e esquinas da vida, mostrando o que mais gostamos de fazer....o samba.

CPB:  O que é ser PORTELA?

Juan:  Ser Portela é fazer parte da elite do samba. O orgulho de ser guiado por 21 estrelas. Uma escola que é guardada por Paulo, Natal, Clara, João Nogueira, Candeia, Alvaiade, Chico Santana, Ary do Cavaco e que ainda nos pode oferecer Dodô, Noca, Monarco, Valdir 59, Mijinha e David, é muito grande para o nosso pobre coração.

CPB:  Você tem algum sonho como Compositor?  Qual?

Juan:  O grande sonho do compositor é ter seu samba cantado pelo povo....não posso me queixar...quero seguir sonhando, compondo e cantando...

CPB:  No evento de Samba-Enredo da PORTELA para 2013, mesmo não concorrendo, como você está vendo o Concurso?

Juan:  Espero que em 2013, ocorra o mesmo que em 2012, ou seja, que vença o melhor. Foi muito bom ter assistido a isso, depois de alguns anos sem essa certeza.

Desde já, agradecemos!

Juan:  Os agradecimentos são meus. Sei o trabalho e a dedicação exigidos para manter um site, coluna ou espaço para falar da nossa mais pura e popular cultura. o nosso samba de cada dia.....

Abraços.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Dinho Santiago


CPB: Nome e idade?

Jorge Luiz Santiago de Sá, 31 anos.

CPB: Fale um pouco sobre você!


Sou uma pessoa simples, sempre procurando aprender coisas novas,apaixonado por música e principalmente pelo Samba.  Percussionista e assistente de producão, sempre procurando viver da música.  Nasci e me criei em Madureira, nas ruas Silvio Tibiricá e Rua Guanabara.

CPB: Como você chegou à Velha Guarda da PORTELA?


Cheguei a Velha Guarda por convite do Mestre Monarco. Fui fazer um show com a Bateria da Portela  e nesse mesmo palco a Velha Guarda se apresentaria, sendo que o percussionista não tinha aparecido, o Mestre Monarco pediu ao Mestre Nilo Sergio que perguntasse se um dos ritmistas poderia acompanhar a Velha Guarda, fui indicado pelo Mestre Nilo.  Nesse mesmo show fui convidado para acompanhar a Velha Guarda da Portela.

CPB: Você pretende, futuramente, participar da Ala de Compositores da PORTELA?

Pretendo sim, um dia eu fico maduro o suficiente pra estar junto a esses grandes mestres que contam e encantam a nossa querida Portela.

CPB: Você é dos que chamamos da Jovem Guarda Portelense, o que você falaria para um novo valor que esteja chegando agora à PORTELA?

Estou trabalhando e me dedicando para ser considerado assim.  O que eu posso falar pra um novo valor é que ame a Portela como nossos mestres amam e exaltam, sempre mantendo as nossas raízes!!!

CPB: Qual(is) o(s) seu(s) ídolo(s) dentro do Mundo do Samba?

Tenho muitos ídolos, mas o principais sem sombra de dúvidas são: Manacéa, Chico Sant`ana, Monarco e Paulinho da Viola!

CPB: Conte-nos um pouco de sua experiência no SAMBA?

Ouço samba desde crianca com meu avô,fui me apaixonando,aos 13 anos comecei a tocar tantam nas brincadeiras de família,aos 15 comecei a tocar na noite e aos 15 comecei a tocar na noite,sempre procurando aprender outros instrumentos.Estou nessa caminhada com a Velha Guarda sendo músico desde de agosto de 2007.

CPB: O que é ser PORTELA?

Ser Portela é:  Amor, garra,dedicacão, respeito e sabedoria!!!  Portela é a minha vida!!

CPB: Você tem algum sonho? Qual?


Tenho sim! Poder passar o pouco que estou aprendendo pras criancas que estão chegando agora!  Poder ensinar os valores que venho aprendendo com a Velha Guarda!!

Obrigado por poder contar um pouco da minha história!


Abracos fortes a toda Família Portelense!!!
--
DINHO SANTIAGO
(21)7887-0229
(21)7958-6695
ID: 55*91*2298

quarta-feira, 30 de maio de 2012

PQD da PORTELA

CPB: Nome e idade?

Sandoval Mattos, 61 anos.

CPB: Fale um pouco sobre você!

Nascido em 16/10/1950 num lugarejo chamado Portela as margens do rio Paraiba do Sul no interior do estado do Rio de Janeiro, nunca poderia torcer por outra escola sem ser a nossa querida Portela. Compondo por vocação e procurando mostrar minha obra, embora não viva dela, sou técnico em refrigeração. Faço o que posso para divulgar o bom nome da nossa escola por todos os lugares onde ando, sou membro do conselho do centro cultural Cartola onde junto com Dona Dodô, Waldir 59 e Tia Surica zelamos pelos interesses do samba e é claro da Portela.

CPB: Como você chegou à Ala de Compositores mais importante do Mundo do Samba?

Em 2008 fui convidado para uma feijoada da Portela, lá conheci Serginho da Boina , Ricardo, Chico Português e tantos outros, senti que estava em casa me identificando com aqueles bambas e ingressei na Ala de Compositores, na qual tenho muito orgulho.

CPB: Desde quando você compõe?

Faço músicas desde 1962 sendo assim a 50 anos.

CPB: O que você falaria para um Compositor que está chegando agora à PORTELA?

Falaria do respeito que todos nós sentimos pelos pioneiros e que ele não se esquecesse nunca de quem colocou a nossa escola onde ela se encontra hoje em dia.

CPB: Qual(is) o(s) seu(s) ídolo(s) dentro do Mundo do Samba?

Meus ídolos são: Waldir 59, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Candeia, Monarco , Cartola, Meriti, Silas de Oliveira, João Nogueira e outros.

CPB: Conte-nos um pouco de sua experiência no SAMBA!

Com mais de 400 músicas, frequento várias rodas de samba e sempre sou chamado chamado para cantar e mostrar meu trabalho. Também faço roteiros e apresentacões de shows.

CPB: O que é ser PORTELA?

Só deste jeito é a felicidade, ser Portela é ter qualidade.

CPB: Você tem algum sonho como Compositor? Qual?

Sim, mostrar meu trabalho e ser reconhecido por todo o pais.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Jair de Araújo Costa



Ou simplesmente, Jair do Cavaquinho!  Era Compositor, cantor e instrumentista.

Nascido e criado no subúrbio de Madureira, desde criança freqüentava a Escola de Samba Portela, chegando a ser o seu primeiro mascote e sócio número 1 da escola.

Aos sete anos participava dos ensaios da escola, levado pela mãe, ou pelas irmãs mais velhas, que saíam na Ala das Baianas.

Aprendeu a tocar em um instrumento fabricado por ele mesmo, enfileirando quatro cordas de arame em um pedaço de pau. Quando a mãe pedia para comprar pão, Jair esquecia-se de voltar e ficava observando os mais velhos tocando na antiga quadra da Portela.

Jogador de futebol, chegou a ser reserva de Jair da Rosa, na época famoso jogador do Madureira Atlético Clube.  Paulinho da Viola refere-se a ele como um dos melhores cozinheiros e um exímio sapateador, de espírito dos mais irreverentes.

Trabalhou como contínuo na Secretaria de Viação e Obras, tendo como chefe o avô de Marisa Monte. Uma de suas paixões é a Escola Portela, da qual faz parte da Velha-Guarda, criada em 1970 por Paulinho da Viola. Durante algum tempo ficou conhecido como Jair do Tamborim, por tocar o instrumento na bateria da escola. Quando começou a compor com o cavaquinho, seu nome ficou relacionado a este instrumento.

Jacob do Bandolim o considerava "a maior paleta de cavaco no samba, melhor centrista".

Nelson Cavaquinho, além de parceiro, no sucesso "Vou partir" criado por Elizeth Cardoso no LP "Elizeth sobe o morro", era também um grande amigo, e dele disse certa vez: "O Nelson chegava e pedia pra eu fazer a 2º parte do samba, o casamento de muitas dessas letras e músicas resultou em nossos peitos aliviados, na volta por cima. No fundo todos ganhamos o orvalho e a madrugada de presente".

Em 2005 participou do documentário "Da terra", de Janaína Diniz Guerra, trabalho sobre o sapateado brasileiro que incluiu também o "miudinho" dança na qual Jair do Cavaquinho é considerado mestre desde a infância.

Obs:  Dicionário Cravo Albin

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Hildemar Diniz


Hildemar Diniz, ou simplesmente Monarco, é hoje um ícone em se tratando do verdadeiro Samba Brasileiro!

Correr com os pés descalços na terra dos laranjais e caçar passarinhos são algumas das melhores recordações do cantor e compositor Hildemar Diniz, o Monarco, dos tempos em que viveu em Nova Iguaçu.

O bamba portelense, hoje com 78 anos, nasceu em Cavalcante, bairro da Zona Norte do Rio, mas, aos 2 anos, foi morar em Nova Iguaçu, onde permaneceu até os 13.

— Eu tinha uns 6 anos quando ganhei do Noca (um amiguinho), o apelido de “Monaco”. Ele estava lendo uma revista em quadrinhos, quando pronunciou esse nome. Não lembro se a palavra era “Mônaco”, mas ele falou “monaco”. Eu comecei a rir. Então ele perguntou: “- Tá rindo de quê, seu Monaco?”. O “r” só veio depois, quando eu já morava em Oswaldo Cruz. Em casa, abreviaram para “Naco”.

— Eu devia ter 7 anos quando criei meu primeiro samba. Nessa época, eu andava com dois amigos, o Luiz e o Sabu, e me deu um negócio na cabeça de Liga da Defesa Nacional. Nem sabia o que era isso, mas aí eu fiz: “A Liga da Defesa Nacional vai contratar o crioulinho e o Sabu, para cantar lá no Rio Grande do Sul. Também vai contratar Monaco e Luiz, a garotada vai pedir bis — relembra.

Agora, Monarco quer completar essa melodia:

— Meu filho vai fazer os arranjos e vou gravá-lo, porque esse é que foi o início. Depois, fui morar em Oswaldo Cruz, onde me aperfeiçoei com os bambas da Portela — argumenta.

Saudade da infância na Baixada.

Nem sempre a vida de Monarco foi fácil. Apesar das boas recordações dos banhos nas cachoeiras e no rio da Posse, e do futebol no campo da Light, ele lembra que eram tempos difíceis:

— Minha mãe trabalhava em um barracão, lavando laranjas das 7h às 17h. Separada do meu pai, ela criou seis filhos. Para ajudar nas despesas, eu enchia um carrinho com mangas e ia vender na feira de Nova Iguaçu.

Temente a Deus, o sambista acredita que tudo tem um propósito. Ele diz que sua missão na Portela — e na vida — é a de manter o samba verdadeiro e puro. Ele reverencia o amigo Zeca Pagodinho:
— O Zeca podia gravar sozinho, mas divide o disco com os amigos e todo mundo ganha.

Morando no Riachuelo, na Zona Norte, ele sonha em comprar uma casa em Nova Iguaçu para passar os finais de semana e matar as saudades dos velhos amigos.

Isto é só um pouco deste maravilhoso Compositor Portelense!

sábado, 17 de março de 2012

Flavio Dutra Viana


CPB: Nome e idade?
Flavio Dutra Viana, 36 anos.
CPB: Fale um pouco sobre você?
Sou Carioca, casado, tenho 02 filhos, e nasci e me criei na subida do Morro da Matriz (tradicional reduto de sambistas), onde tive meus primeiros contatos com o Samba.
CPB: Como chegou à PORTELA?
Cheguei na Portela, no concurso de Samba de Enredo para o carnaval de 2008, junto com o parceiro Sidnei Good, após pedirmos autorização ao Presidente Nilo. No ano seguinte firmamos parceria com Neyzinho do Cavaco, onde juntos com Vinicius Ferreira, chegamos a nossa 1ª final, em 2010. Este ano (2012), com os parceiros Neyzinho do Cavaco, Vinicius Ferreira, Charles Braga (meu cumpadre) e Paulo Apparício.
CPB: Desde quando você compõe?
Quando compus meu primeiro Samba, tinha 10 anos, e é um samba que fala do lugar onde vivo até hoje.
CPB: Qual(is) o(s) seu(s) ídolo(s), no Mundo do Samba?
No Mundo do Samba tenho vários ídolos, até porque os redutos de Samba, produziram fenomenais sambistas ao longo dos anos, mas gostaria de destacar: Paulo da Portela, que na minha opinião, é o maior de todos, pela sua postura, dedicação ao Samba e sobretudo, pela sua luta contra a marginalização do sambista, Paulo fez o nosso mundo crescer... a Portela e o Mundo do Samba cresceram sob os ensinamentos do nosso Eterno Professor. Agora como compositor, admiro especialmente dois grandes Sambistas, na qual sempre procurei me inspirar: Noca da Portela e Martinho da Vila, dois Mestres na arte de compor Samba.
CPB: Mesmo sendo novo, que experiências você tem no SAMBA?
Olha, já ganhei concurso em escola de samba mirim (GRCESM Miúda da Cabuçu) e alguns concursos de Samba de Enredo em Minas Gerais (GRES Imperatriz de Venda Nova / Belo Horizonte e GRES Real Biquense / Bicas), além de ter sido finalista em diversas escolas (Unidos do Cabuçu, Lins Imperial, Inocentes de Belford Roxo, etc...), também sou Fundador e Presidente de agremiação carnavalesca (GMCBC Embalo do Engenho Novo), que desfila na Av. Rio Branco, e foi fundado em 2001, com objetivos de resgatar, preservar e difundir o Samba do Rio de Janeiro e suas matrizes.
CPB: O que você pode falar por ser um Compositor da Jovem Guarda da Majestade do Samba?
Só tenho que agradecer por mais essa felicidade, ser um Compositor do GRES Portela é um motivo de orgulho, e me sinto imensamente honrado em poder fazer parte desse Eterno Celeiro de Bambas, que produziu grandes sambistas, e que sem sombras de dúvida, continuará a nos brindar com outros mais.
CPB: Para você, o que é ser PORTELA?
Portela é uma emoção que não dá para definir, pois são vários sentimentos que se misturam dentro da gente, é melhor apenas sentir... pois, como diz um Samba nosso:
“...Quando ela pisa na avenida
Os meus olhos brilham... cintilando de emoção!
Ela é a razão da minha vida...
Portela... para sempre no meu coração...” (Vinicius Ferreira, Flávio Viana e Neyzinho do Cavaco)
CPB: Você tem algum sonho como Compositor?
Tenho muitos sonhos, aliás, o artista é um sonhador por natureza, alguns já tive a oportunidade de realizar, vivenciar, como fazer parte da Ala de Compositores da Portela e ter uma obra cantada na Sapucaí, outros ainda não, e dentre esses, existe o sonho em ser Campeão de Samba de Enredo, na minha escola de coração, além de ver a Portela novamente Campeã do Carnaval.
CPB: O que você espera do Concurso de Samba-Enredo da PORTELA 2012?
Espero que a Portela, no alto dos seus 88 anos, demonstre mais uma vez, em sua história de glórias, a sabedoria e a sensibilidade necessária, para escolher o melhor para ela. Nossa escola, pela sua grandeza, precisa estar sempre na linha de frente, e todos nós sabemos que um grande Samba de Enredo, é meio caminho para o sucesso.
* Entrevista obtida antes da Final 2012

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Leandro Fregonesi


CPB:  Nome e idade?

Leandro Fregonesi, 31 anos.

CPB:  Fale um pouco sobre você?

Sou compositor e tive que aprender a ser cantor, comecei a compor aos 16 anos e a cantar profissionalmente em 2002. Tenho dois discos autorais, um deles selecionado ao Prêmio TIM (2007) nas categorias Melhor Disco e Melhor Cantor de Samba e algumas músicas minhas já foram gravadas por artistas como Diogo Nogueira e Beth Carvalho. No próximo CD da Beth, tem dois sambas meus: “Chega” (Fregonesi / Rafael dos Santos) e “Samba Mestiço” (Fregonesi / Rafael dos Santos / Ciraninho).

CPB:  Como chegou à PORTELA?

Em 2010, a convite do Ciraninho e do Diogo Nogueira, participei da disputa do Samba Enredo para 2011. O refrão era o “Canta, Portela! No Reino de Iemanjá!”, o samba que marcou a minha entrada na Escola.

CPB:  Desde quando você compõe?

Desde os 16 anos. Neste 2011, eu celebro 15 anos de composições.

CPB:  Qual o seu ídolo, no Mundo do Samba?

Paulo César Pinheiro é o compositor que mais admiro, dentre tantos outros que adoro. Arlindo Cruz, Chico Buarque, Luiz Carlos da Vila e toda aquela geração do Cacique de Ramos, incluindo Zeca Pagodinho, Jovelina, Jorge Aragão, Guará e Almir Guineto também são sempre enormes influências na minha música.

CPB:  Que experiências você tem no SAMBA?

São 15 anos de carreira compondo e 8 cantando, então eu já tenho uma pequena bagagem no Samba. Muitos shows já feitos em todo o Brasil, participações especiais com grupos e artistas de todos os cantos... No Samba Enredo, a minha principal experiência foi quando ganhamos o Prêmio Sambanet 2003 de melhor samba do grupo de acesso B, na extinta acadêmicos da Barra da Tijuca. Era uma escola pequena, mas foi uma conquista importante naquele contexto e naquela época.

CPB:  Mesmo pertencendo a Jovem Guarda da PORTELA, o que você pode falar para o Compositor iniciante na Escola?

Façam samba sem esperar nada em troca.

CPB:  Para você, o que é ser PORTELA?

É respeitar a História dessa Escola linda e tentar manter acesa a chama da poesia que fez da Portela uma referência de boa música não só nos Carnavais, mas também nos “meios de ano” e nos sambas de terreiro.

CPB:  Você tem algum sonho como Compositor?

Sim, claro, muitos. Um deles é poder ver e ouvir a Portela na Sapucaí com um samba de minha autoria, num desfile triunfal, com as alas evoluindo lindamente.