Norival Reis
Norival Torquato Reis
* 24/3/1924 Angra dos Reis, RJ
+ 2001 Rio de Janeiro, RJ
Biografia
Compositor. Cavaquinista. Nasceu em Angra dos Reis (RJ), mas foi criado nos bairros de Madureira e Oswaldo Cruz, subúrbios carioca.
Desde menino freqüentava as escolas de samba Portela e Império Serrano.
Trabalhou para as gravadoras Continental e Columbia, nas quais exerceu a função de Engenheiro de Som.
É considerado um dos grandes especialistas em gravação, acústica e amplificação do som, ficando conhecido por ter personalizado o som do cavaquinho de Waldir Azevedo, para o qual inventou um sistema especial de câmaras de eco improvisadas, quando não havia esse recurso no Brasil. Chegou a gravar em banheiros da gravadora para conseguir efeitos que, na época, eram impossíveis.
Faleceu aos 77 anos de idade, de parada cardíaca proveniente de problemas decorrentes do diabetes.
Foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Seu filho, Luiz Carlos T. Reis, é engenheiro de som conceituado no mercado fonográfico, preferido de vários produtores como Rildo Hora e intérpretes como Beth Carvalho e por várias vezes atuou como jurado de bateria da Liga das Escolas de Samba (LIESA).
Dados artísticos
Começou trabalhando na gravadora Continental na década de 1940, quando resolveu começar a compor, influenciado pelo convívio com outros compositores.
Em 1945, compôs sua primeira marcha, "Até vestida" e logo depois, "O barão".
No ano de 1951, a dupla Joel e Gaúcho lançou pela Todamérica seu samba "Hoje ou amanhã", parceria com Ruthinaldo Silva.
Em 1953 Elizeth Cardoso interpretou "Nem resta a saudade", parceria com Irani Oliveira. Dois anos depois, a mesma cantora gravou também de sua autoria "Amanhã será tarde" (c/ Dunga) e ainda, em seu primeiro LP pela Continental com o título de "Canção à meia-luz", a Divina interpretou "Pra que me iludir?", de Norival Reis e Radamés Gnatalli.
Outras músicas suas foram gravadas por Ruy Rey ('A lua se escondeu', parceria com Alcebíades Nogueira) e Ângela Maria ('A saudade não foi leal', coimposta com Jorge Duarte).
Em 1965, teve sua composição "Nunca mais" (c/ Bezerra da Silva) intrepretada por Marlene, pela Continental.
Venceu por três vezes o concurso de samba-enredo da Escola União de Jacarepaguá e uma vez na Escola Rosa de Ouro, de São Paulo.
A partir de 1969 passou a integrar a Ala dos Compositores da Portela.
Compôs sambas antológicos para a escola: "Ilu-ayê - Terra da vida", em 1972, parceria com Silvestre Davi da Silva, conhecido na Portela como Cabana, que classificou a escola em 3º lugar do Grupo 1 no desfile daquele ano, gravado por Clara Nunes com grande sucesso. Outro samba-enredo de sua autoria e importante para a Portela foi "Macunaíma, herói da nossa gente" (c/ David Antônio Correia) que classificou a escola em 5º lugar do Grupo 1 no ano de 1975.
Em 1976, Zedi gravou pela Tapecar o LP "Meu recado", no qual interpretou "Alegria" (Norival Reis e Vicente Mattos).
Compôs ainda para a Portela "Hoje tem marmelada", com Jorge Macedo e Davi Antônio Correia, em 1980, classificando a escola em 1º lugar do Grupo 1.
Em 1984, compôs com Dedé da Portela "Contos de areia", samba-enredo com o qual a Portela desfilou naquele ano classificando-se em 1º lugar do Grupo 1.
Conhecido também como Vavá da Portela, foi homenageado por Paulinho da Viola no samba "O pagode do Vavá". O samba remete ao famoso Pagode do Vavá, que acontecia aos domingos em sua casa, no subúrbio de Madureira.
Sua composição mais conhecida é "Ilú Ayê", considerado um dos mais belos sambas-enredos de todos os tempos e foi gravado por Elza Soares ainda na década de 1970.
No ano 2000 participou da gravação do CD "Ala de Compositores da Portela", disco produzido por Franco Cava e no qual declamou versos de seu samba-enredo "Contos de areia", composto em parceria com Dedé da Portela. Deste mesmo disco participaram Eliane Faria, Paulinho da Viola, Monarco, João Nogueira, Cristina Buarque, Simone Moreno, Wilson Moreira, Dorina, Ary do Cavaco, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Fraco Cava, Anderson da Portela e Waldir 59.
Em 2001, Mônica Salmaso no CD "Voadeira" incluiu "Ilú Ayê - terra da vida".
No ano de 2002, Eliane Faria, com arranjo de Jotinha Moraes, interpretou "Ilu Ayê" no disco "Clássicos do samba", lançado pela gravadora Eldorado e distribuído pela Sony Music. Neste mesmo ano, Elza Soares no disco "Do cóccix até o pescoço" interpretou de sua autoria "O samba é bom assim" (c/ Hélio Nascimento). Ainda em 2002 foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor faz várias referências ao compositor.
Em 2003, Walter Alfaiate lançou o CD "Samba na medida" (gravadora CPC-Umes), disco no qual incluiu "Conto de areia". Ainda em 2003, Bezerra da Silva, no disco "Meu bom juiz", incluiu de sua autoria "Em seu lar". Neste mesmo ano, a Tradição, ao lado da Portela, Império Serrano e Viradouro, foi uma das Escolas de Samba que optaram em comemorar o 20º aniversário do Sambódromo, quando foi construída a "Passarela do Samba", levando para a avenida sambas-enredo anteriores a 1984. A Tradição resolveu homenagear a Portela (de quem se separou em 1984) e escolheu o samba-enredo "Contos de areia", de Dedé da Portela e Norival Reis. Para a gravação do samba a escola convidou Alcione. O samba, de sua autoria, foi cantado na avenida no carnaval de 2004. Neste mesmo ano Carmem Queiroz regravou "Ilú Ayê".
Obra
A lua se escondeu (c/ Alcebíades Nogueira, marcha)
A saudade não foi leal (c/ Jorge Duarte, samba)
ABC dos orixás (c/ Dedé da Portela, samba)
Alegria (c/ Vicente Mattos)
Amanhã será tarde (c/ Dunga)
Amigo do rei (c/ Adalberto Rego, marcha)
Até vestida (marcha)
Barra da Tijuca (c/ Irani de Oliveira, samba)
Contos de areia (c/ Dedé da Portela)
Em seu lar
Hoje ou amanhã (c/ Rutthinaldo Silva, samba)
Hoje tem marmelada (c/ Jorge Macedo e Davi Antônio Correa)
Iaiá da Bahia (c/ José Batista, batucada)
Ilu-ayê (Terra da vida) (c/ Cabana, samba-enredo)
Império dos Aruãs (c/ David Correa e Joel Meneses)
Macunaíma, o herói das nossa gente (c/ Davi Antônio Correia, samba-enredo)
Nem resta a saudade (c/ Irani Oliveira)
O barão
O morro canta assim (c/ José Batista, samba)
O que esquenta é mulher (c/ João de Barro)
O samba é bom assim (c/ Hélio Nascimento, samba)
Pra que me iludir? (c/ Radamés Gnattali)
Salve a Brotolândia (c/ Jorge Duarte e Braguinha)
Sua mulher vai ao baile comigo (c/ João de Barro)
Discografia
(2000) Ala de Compositores da Portela • CD
Bibliografia crítica
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval - seis milênios de história. Rio de Janeiro. Editora Gryphus, 2000.
CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.
CARISE, Iracy. A arte negra na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Editora Artenova, S/D.ARAÚJO, Hiram. Carnaval - seis milênios de história. Rio de Janeiro. Editora Gryphus, 2000.
COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
Em 1945, compôs sua primeira marcha, "Até vestida" e logo depois, "O barão".
No ano de 1951, a dupla Joel e Gaúcho lançou pela Todamérica seu samba "Hoje ou amanhã", parceria com Ruthinaldo Silva.
Em 1953 Elizeth Cardoso interpretou "Nem resta a saudade", parceria com Irani Oliveira. Dois anos depois, a mesma cantora gravou também de sua autoria "Amanhã será tarde" (c/ Dunga) e ainda, em seu primeiro LP pela Continental com o título de "Canção à meia-luz", a Divina interpretou "Pra que me iludir?", de Norival Reis e Radamés Gnatalli.
Outras músicas suas foram gravadas por Ruy Rey ('A lua se escondeu', parceria com Alcebíades Nogueira) e Ângela Maria ('A saudade não foi leal', coimposta com Jorge Duarte).
Em 1965, teve sua composição "Nunca mais" (c/ Bezerra da Silva) intrepretada por Marlene, pela Continental.
Venceu por três vezes o concurso de samba-enredo da Escola União de Jacarepaguá e uma vez na Escola Rosa de Ouro, de São Paulo.
A partir de 1969 passou a integrar a Ala dos Compositores da Portela.
Compôs sambas antológicos para a escola: "Ilu-ayê - Terra da vida", em 1972, parceria com Silvestre Davi da Silva, conhecido na Portela como Cabana, que classificou a escola em 3º lugar do Grupo 1 no desfile daquele ano, gravado por Clara Nunes com grande sucesso. Outro samba-enredo de sua autoria e importante para a Portela foi "Macunaíma, herói da nossa gente" (c/ David Antônio Correia) que classificou a escola em 5º lugar do Grupo 1 no ano de 1975.
Em 1976, Zedi gravou pela Tapecar o LP "Meu recado", no qual interpretou "Alegria" (Norival Reis e Vicente Mattos).
Compôs ainda para a Portela "Hoje tem marmelada", com Jorge Macedo e Davi Antônio Correia, em 1980, classificando a escola em 1º lugar do Grupo 1.
Em 1984, compôs com Dedé da Portela "Contos de areia", samba-enredo com o qual a Portela desfilou naquele ano classificando-se em 1º lugar do Grupo 1.
Conhecido também como Vavá da Portela, foi homenageado por Paulinho da Viola no samba "O pagode do Vavá". O samba remete ao famoso Pagode do Vavá, que acontecia aos domingos em sua casa, no subúrbio de Madureira.
Sua composição mais conhecida é "Ilú Ayê", considerado um dos mais belos sambas-enredos de todos os tempos e foi gravado por Elza Soares ainda na década de 1970.
No ano 2000 participou da gravação do CD "Ala de Compositores da Portela", disco produzido por Franco Cava e no qual declamou versos de seu samba-enredo "Contos de areia", composto em parceria com Dedé da Portela. Deste mesmo disco participaram Eliane Faria, Paulinho da Viola, Monarco, João Nogueira, Cristina Buarque, Simone Moreno, Wilson Moreira, Dorina, Ary do Cavaco, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Fraco Cava, Anderson da Portela e Waldir 59.
Em 2001, Mônica Salmaso no CD "Voadeira" incluiu "Ilú Ayê - terra da vida".
No ano de 2002, Eliane Faria, com arranjo de Jotinha Moraes, interpretou "Ilu Ayê" no disco "Clássicos do samba", lançado pela gravadora Eldorado e distribuído pela Sony Music. Neste mesmo ano, Elza Soares no disco "Do cóccix até o pescoço" interpretou de sua autoria "O samba é bom assim" (c/ Hélio Nascimento). Ainda em 2002 foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor faz várias referências ao compositor.
Em 2003, Walter Alfaiate lançou o CD "Samba na medida" (gravadora CPC-Umes), disco no qual incluiu "Conto de areia". Ainda em 2003, Bezerra da Silva, no disco "Meu bom juiz", incluiu de sua autoria "Em seu lar". Neste mesmo ano, a Tradição, ao lado da Portela, Império Serrano e Viradouro, foi uma das Escolas de Samba que optaram em comemorar o 20º aniversário do Sambódromo, quando foi construída a "Passarela do Samba", levando para a avenida sambas-enredo anteriores a 1984. A Tradição resolveu homenagear a Portela (de quem se separou em 1984) e escolheu o samba-enredo "Contos de areia", de Dedé da Portela e Norival Reis. Para a gravação do samba a escola convidou Alcione. O samba, de sua autoria, foi cantado na avenida no carnaval de 2004. Neste mesmo ano Carmem Queiroz regravou "Ilú Ayê".
Obra
A lua se escondeu (c/ Alcebíades Nogueira, marcha)
A saudade não foi leal (c/ Jorge Duarte, samba)
ABC dos orixás (c/ Dedé da Portela, samba)
Alegria (c/ Vicente Mattos)
Amanhã será tarde (c/ Dunga)
Amigo do rei (c/ Adalberto Rego, marcha)
Até vestida (marcha)
Barra da Tijuca (c/ Irani de Oliveira, samba)
Contos de areia (c/ Dedé da Portela)
Em seu lar
Hoje ou amanhã (c/ Rutthinaldo Silva, samba)
Hoje tem marmelada (c/ Jorge Macedo e Davi Antônio Correa)
Iaiá da Bahia (c/ José Batista, batucada)
Ilu-ayê (Terra da vida) (c/ Cabana, samba-enredo)
Império dos Aruãs (c/ David Correa e Joel Meneses)
Macunaíma, o herói das nossa gente (c/ Davi Antônio Correia, samba-enredo)
Nem resta a saudade (c/ Irani Oliveira)
O barão
O morro canta assim (c/ José Batista, samba)
O que esquenta é mulher (c/ João de Barro)
O samba é bom assim (c/ Hélio Nascimento, samba)
Pra que me iludir? (c/ Radamés Gnattali)
Salve a Brotolândia (c/ Jorge Duarte e Braguinha)
Sua mulher vai ao baile comigo (c/ João de Barro)
Discografia
(2000) Ala de Compositores da Portela • CD
Bibliografia crítica
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval - seis milênios de história. Rio de Janeiro. Editora Gryphus, 2000.
CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.
CARISE, Iracy. A arte negra na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Editora Artenova, S/D.ARAÚJO, Hiram. Carnaval - seis milênios de história. Rio de Janeiro. Editora Gryphus, 2000.
COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
Nenhum comentário:
Postar um comentário